domingo, 21 de dezembro de 2008

É amor?


Aconteceu de novo, e dessa vez o caso parece sério. Estou completamente apaixonada! Acordo no meio da noite pensando nele, ou vou dormir depois das 4hs, lendo seus escritos ou o que escreveram a seu respeito. E mesmo esse amor sendo platônico (me refiro a concepção popular, grosseira, diferente do amor puro e desprovido de paixão de Platão), ele me alimenta, me inquieta e me faz querer desvendar "lacunas". Uma pena não falarmos a mesma língua, adoraria ser uma helenista neste momento. Já sentia grande admiração por esse homem, mas um livro (ainda não terminei, estou quase) me fez querer saber mais respeito dele, e me fez enxergar o homem por trás de suas obras, o livro foi indicação do meu professor de Tecnologia Educacional, Jarbas Novelino, chama-se "Aqueles Cães Malditos de Arquelau" de Isaias Pessotti.
Agora vou revelar o nome de meu enamorado...

Eurípedes (do grego antigo: Εὐριπίδης), sim, ele mesmo, o último dos três grandes autores trágicos, aquele que Aristófanes perseguiu com suas críticas severas, homem apaixonado pela verdade racional, a frente de seu tempo, incompreendido, pensador humanista... enfim, ainda há muito o que desvendar dessa figura que conheço tão pouco, mas que já tem feito meu coração acelerar aos bocados...

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Longa jornada

(Obra: Camponesa com vara de Camille Pissarro)

...e quando ela fincou seus pés na terra, alcançou o céu...

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Dia de faxina

(Obra: Moça a janela, de Salvador Dali)
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Hoje eu acordei com vontade de rever sentimentos e atitudes, fazer uma limpeza geral para voltar a sorrir com mais inteireza.
Abri as janelas, deixando o sol inundar todos os ambientes, evidenciando as belezas, e as manchas de sujeira e mofo. Tudo ficou exposto.
Então comecei por, constatando as minhas deficiências, me perdoar, sem ficar lamentando o fato de eu ser imperfeita, mas exaltando o de ser humana, que me possibilita refletir sobre meus erros para transformá-los em aprendizado.
Também esclareci sentimentos e desculpei covardias, sem julgamentos e pela via amorosa.
Havia muita sujeira acumulada sob os móveis, tapetes, pessoas. Sujeira antiga, daquelas que a gente esfrega, esfrega, mas elas teimam em continuar lá. Essas eu não consegui limpar. Mas foi importante entrar em contato com elas.
Resolvi me preparar para as mudanças que eu sinto que estão a caminho. Fui generosa comigo, e me enxerguei com muito mais amor. Dei-me conta que sou uma pessoa muito especial, mesmo com minhas imperfeições, mas exijo tanto de mim que acabo me esquecendo de me admirar de vez em quando.
Outra descoberta importante, foi perceber que eu cobro muito das pessoas atitudes que eu teria, e isso é péssimo, nessa sujeira precisei colocar água sanitária... rs...
Obviamente que este dia de faxina é simbólico, pois há dias estou refletindo sobre estas questões, que estavam acumuladas principalmente no quartinho da bagunça que fica localizado na região central de "minha residência".
O que vai mudar? Não faço a menor idéia, mas o ato de refletir e buscar uma transformação já é um bom começo, acredito.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Mudanças a caminho


"Quanto mais eu rezo, mais assombração me aparece." Isso nunca foi tão certo quanto agora parece ser...
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O que eu faço agora?
Pra onde eu vou, hein?
Começo a sentir os primeiros pingos da chuva, o tempo está mesmo mudando...

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

companhia desagradável


Desconfio que os pernilongos estão ficando mais inteligentes!! Eles estão adquirindo a capacidade de ficarem invisíveis, além de saberem a hora de zumbir(quando estamos quase dormindo com a luz apagada) e a hora de se fingir de morto(quando acendemos a luz, já a beira de um ataque de nervos).
Temos que tomar cuidado, eles estão se organizando, podem tomar o poder a qualquer momento!!!!

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

ALERTA: naturalidade excessiva


Eu tenho problema com excessos, sempre tive. Com pessoas boazinhas demais, felizes demais, alegres demais, saudáveis demais, mas também desconfio das que são infelizes em tempo integral, que acham que o mundo as persegue, que são egoístas num nível que beira o sobre-humano. Eu tenho muito desses extremos, talvez por isso desconfie tanto deles. A questão é que ultimamente tudo tem parecido normal demais em minha superficial e restrita lógica. Será que é isso o que chamam equilíbrio?
Passo pelas pessoas, coisas, fatos e atos e sinto tudo de uma maneira muito natural, parece que tudo está onde deveria estar mesmo. Isso ao mesmo tempo me preocupa e alivia. Vem acontecendo de um ano pra cá, é uma sensação estranha de calma, que dificilmente é rompida.
Preocupa-me quando penso que isso parece um pouco uma forma de acomodação, e alivia quando percebo que continuo lutando pelo que acredito, mas minhas armas são outras, pessoas são o que são, agem como agem e eu as aceito, sem hipocrisia, as aceito. E se me magoam, eu calo, perdôo, porque provavelmente se não as magoei, pode ser que um dia, mesmo sem querer, eu o faça. E faço sempre.
Acho a morte natural, a doença, as alegrias e tristezas, os amores e tudo o que vem com eles, incluindo intrigas, paixões e mágoas. É natural amar, sofrer, sentir arrepio quando está frio ou excitado, ter ciúmes, querer pra si o que te faz bem, morrer de saudade, ter celulite e gordura localizada(até as magras tem), é muito natural sentir carência, medo, raiva, até desespero. Se achar feia, linda, boba, ter atitudes corajosas e covardes. É natural se esconder da chuva, mas também é natural se molhar e brincar com ela.
E natural que eu tenha muita coisa ainda pra aprender, que eu erre muito e acerte as vezes. Que eu ame sempre. E isso eu faço, e faço mesmo, com toda a verdade, dentro das minhas contradições.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Na natureza selvagem


Acabo de assistir ao filme "Na natureza selvagem"(Into The Wild, 2007), inspirado no livro de Jon Krakauer, sobre a vida de Chris McCandless. A trilha é composta por Eddie Vedder, vocalista do Pearl Deam, o roteiro e a direção é de Sean Penn. Uma bela combinação que resultou num road movie bem interessante. A incrível fotografia do filme é de Eric Gautier, o mesmo de Diários de Motocicleta.
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Apesar de ter alguns pequenos momentos do filme que eu diria ao montador, se eu fosse a diretora: "Olha, faz de conta que eu não filmei isso!!", vale muito a pena, pela reflexão, pela fotografia, pela trilha, pelas interpretações, pelo roteiro, enfim, pelo que é.
A sinopse é basicamente a de um jovem de seus 23 anos que largou sua vida estável para partir em busca de aventura e liberdade. Deixou para trás também a sua própria identidade, rebatizando-se Alexander Supertramp, e quanto mais distante de "casa" mais se aproximava de si. Seu destino era o Alaska selvagem, ele achava que tudo o que precisava para ser feliz era viver na e da natureza, mas foi constatando aos poucos que "a felicidade só é real quando compartilhada".
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Bom, eu acredito muito nisso!! Que graça tem contemplar um pôr-do-sol, se eu não puder compartilhar silenciosamente com alguém que estimo, um momento tão sublime?

domingo, 9 de novembro de 2008

"Alegria alegria"


Ontem alguém me disse:
-- Você tá sempre bem, né? Eu te invejo.
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Não, eu não estou sempre bem, mas procuro superar as dificuldades, é uma estratégia parecer bem, porque de tanto as pessoas acharem que é assim, isso começa a ser verdade até pra mim.
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De Caetano emprestei o título de uma de suas mais conhecidas composições, para encabeçar esse post. De Clarice empresto um trecho de seu livro Água Viva, para responder melhor a essa questão...
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"A minha única salvação é a alegria. Uma alegria atonal dentro do it essencial.
Não faz sentido? Pois tem que fazer. (...)Recuso-me a ficar triste.
Sejamos alegres. Quem não tiver medo de ficar alegre e experimentar uma só vez sequer a alegria doida e profunda terá o melhor de nossa verdade.
Eu estou - apesar de tudo oh apesar de tudo - estou sendo alegre neste instante-já que passa se eu não fixá-lo com palavras. Estou sendo alegre neste mesmo instante porque me recuso a ser vencida: entao eu amo.
Como resposta. Amor impessoal, amor it, é alegria - mesmo o amor que não dá certo, mesmo o amor que termina. E a minha própria morte e a dos que amamos tem que ser alegre, não sei ainda como, mas tem que ser.
Viver é isto: a alegria do it. E conformar-me não como vencida mas num allegro com brio."
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Tem mais uma coisa... Como é bom ter amigos!! Eu tenho muitos amigos, já sabia disso, mas pude confirmar esses dias. Humildemente agradeço, vocês com certeza são um outro tipo de alegria em minha vida.

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Alma transbordante


"o choro acontece quando a alma cresce, não se suporta mais no corpo e por isso é obrigada a vazar um pouquinho..."

Fabiano Conte


Tomara que isso seja verdade...

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

A menina e o viajante

Era uma vez uma menina que achava que era mulher...
Uma frágil menina que teimava em querer ser a Mulher Maravilha. Toda manhã ela se fantasiava, sem nunca esquecer o elemento principal, a máscara.
Passou muitos anos apegada a essa ilusão, todos que a conheciam desde pequena, já não sabiam mais quem ela era realmente, poucos enxergavam o que havia por trás de toda ornamentação. Mal sabia ela que sua melhor parte estava escondida, sufocada sob brilhos superficiais e pompas envelhecidas.
Os anos foram passando e a frágil menina estava quase morrendo asfixiada, quando um viajante apareceu, com seu olhar doce e curioso, penetrou as frestas que ainda existiam e a salvou. Delicadamente retirou sua máscara e a beijou.
Passaram algum tempo juntos, ele a ajudou a florescer, de menina passou a mulher. Uma mulher segura, sensível, inteligente e apaixonada. Foram muito felizes, para ela não existia ninguém melhor no mundo do que ele, era o homem de sua vida.
Acontece que ele não tinha pretenção de ficar tanto tempo, estava só de passagem quando a encontrou, fez o que pode por ela, mas sentia falta de algo que nem mesmo ele sabia o que era, foi começando a ficar triste, melancólico, e a menina que agora era mulher não conseguia entender nem conceber tanta tristeza em seu amado.
Esse foi o começo do fim, o viajante foi mergulhando cada vez mais em sua melancolia, para tentar entender a causa, e ela sem perceber foi se afastando dele, por sua incapacidade de se colocar no lugar do outro. Irônico, para alguém que passou tanto tempo sendo "outras pessoas".
Foi quando ele resolveu partir para continuar sua viagem em busca de si. Ela enlouqueceu, não passava por sua cabeça viver um dia sequer longe de seu salvador, não lhe parecia natural, afinal, ele era o homem da sua vida.
O que ela não sabia, ou não queria admitir, é que, infelizmente, ela não era a mulher da vida dele.
Precisavam continuar, o viajante sabia como, só de pensar em colocar os pés na estrada novamente seu olhar doce e curioso voltou a brilhar. Já a menina, estava perdida, não sabia se teria forças para continuar sem ele. Resolveu segui-lo, para onde quer que ele fosse.
Isso óbviamente acabou em tragédia, muitas pessoas passaram pelo caminho do viajante, ele queria parar um pouco para conhecê-las, para aprender com elas, mas havia uma sombra o seguindo o tempo todo, não se sentia confortável em parte alguma. Por isso parou e sem querer ser indelicado, pediu a ela que seguisse em outra trilha.
-- Não!!! - disse ela - Você é meu!!! E preciso cuidar do que é meu, não acha?
Ele, com lágrimas nos olhos e um misto de alegria e medo, como quem descobre uma maneira de ser livre, falou:
-- Já não sou mais.
Correu para o penhasco a sua frente e se jogou.
Nunca mais se teve notícias da menina que virou mulher.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Flor na lua


Numa quarta-feira de cinzas nasci, costumo brincar que já nasci compreensiva, pois esperei meus pais pularem carnaval tranquilos, e só depois dei o ar da graça, para alegrar o dia da ressaca de todos.
Dizem que eu era um bebê bem bonitinho, doce e meigo. Levemente temperamental, cheia de vontades e sedenta por descobrir o que era esse tal de mundo.
Depois fui crescendo e me aproximando cada vez mais do mundo da lua. Como eu gostava de lá, quer dizer, como eu gosto de lá. O problema é voltar... testa cortada, perna torcida, mão furada, bronca indevida... Desligada não, só conectada a outra dimensão. Por que as pessoas teimam em não entender isso?
Fui uma criança tão feliz!!! Brinquei, me machuquei, viajei nas férias pra casa da vó Nina, estudei numa boa escola e excursionei pela "lua" boa parte do tempo.
Meus pais fizeram tudo o que podiam para me educar afetivamente e cognitivamente da melhor maneira possível. Foram exemplos de caráter e sabedoria, e lhes serei eternamente grata pela ajuda incondicional em minha formação.
Mas por que estou falando disso? Primeiro porque eu quero, e como diria Patty Diphusa, de Almodóvar: "Apesar de minha pouca idade, EU conheci muita gente, mas quem conheço melhor que ninguém sou EU MESMA. Acho que é uma prova de honestidade falar daquilo que se conhece." Mas também porque noite passada escutei uma história, linda, sobre a vida de uma certa pessoa, principalmente sobre sua vida escolar, e descobri muito sobre a formação de seu caráter e personalidade. Coincidentemente, hoje escutei um outra história, muito diferente da primeira, mas tão rica quanto. Fiquei emocionada e comovida por ter tido a oportunidade de conhecer a aprender com cada uma delas. Senti-me privilegiada e agradecida.
Porém, as vezes fico valorizando histórias alheias e me esqueço que também tenho uma, e que é linda e especial, porque é minha. Minhas escolhas, minhas vitórias e derrotas, paixões, amores, amigos, pessoas, tudo aquilo que contribuiu para o que sou hoje. Que já será diferente do que serei amanhã.
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Assim eu sigo me transformando... somando, subtraindo e fazendo as equações necessárias... mas sem nunca deixar de dar uma passadinha na lua, onde tenho residência fixa. Alguém me acompanha?

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Sidarda, de Hermann Hesse


O rio... a espera... esse livro me despertou mais uma vez...
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Sidarta começa sua caminhada assim...
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“Um único objetivo surgia diante de Sidarta, o objetivo de tornar-se vazio, vazio de sede, vazio de desejos, vazio de sonhos, vazio de alegria e de pesar. Exterminar-se distanciando-se de si mesmo; cessar de ser um eu; encontrar sossego, após ter evacuado o coração; abrir-se ao milagre, com o pensamento desindividualizado – eis o que era o seu propósito. Quando todo e qualquer eu estivesse dominado e morto, quando, dentro do coração, se calassem todos os anseios e instintos, inevitavelmente despertaria no seu ser a quinta-essência, o último elemento, aquilo que já não fosse eu, o grande mistério.”
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E assim termina... assim chega ao rio... assim aprende...
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“E com isso te comunico uma doutrina que te fará rir, ó Govinda: tenho para mim que o amor é o que há de mais importante no mundo. Analisar o mundo, explicá-lo, menosprezá-lo, talvez caiba aos grandes pensadores. Mas para mim me interessa exclusivamente que eu seja capaz de amar o mundo, de não sentir desprezo por ele, de não odiar nem a ele nem a mim mesmo, de contemplar a ele, a mim, a todas as criaturas com amor, admiração e reverência.”
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E disse mais...
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“Talvez seja esta a razão por que não encontres a paz: o excesso de palavras. (...) as coisas têm, a meu ver, mais valor do que as palavras. O gesto da sua mão me importa mais do que as suas opiniões. Não é nos seus discursos e nas suas idéias que se me depara a sua grandeza, senão unicamente nos seus atos e na sua vida.”
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Na noite em que terminei esse livro tive o seguinte sonho...
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Grandes animais marinhos, com aspectos monstruosos estavam invadindo as praias. Não sei porque, mas não senti medo e resolvi me aproximar a nado. Descobri que eram animais dóceis, que estavam encalhados, com dor, machucados e precisavam de ajuda para voltarem ao mar.
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Alguma relação maluca deve existir, mas não vou saber analisá-la. O que fica é a sensação de busca, quero chegar ao rio, pronta para ouvir o que ele tiver a me ensinar.
Estou indo na direção certa? Chegarei a ele? Quanto ainda falta caminhar?

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Alexander Graham Bell


Sirvo-me deste humilde blog pra fazer uma homenagem póstuma ao meu querido Alexander Graham Bell, exaltando sua maravilhosa invenção.
Quando estou ao telefone consigo dizer o que penso, sem medo de ser bofeteada. É mesmo uma maravilha!!! Principalmente quando estou apaixonada e brava com o objeto estimado, porque não tendo os olhos amados a servirem de atrito para minha ira, amenizando-a, despejo tudo o que quero, e ele nem precisa disfarçar seu olhar de “que saco! acabou?”, sendo assim, é bom pra ambas as partes.
Agora a verdade...
Internet, telefone, bip(ainda existe?)... tudo lindo, até a página 2, quando as contas começam a chegar, o abraçado começa a fazer falta, sua coluna já não agüenta mais ficar horas na mesma posição, enquanto você “tc” no MSN, seus melhores amigos são “virtuais”, ou quando você começa a sentir muita saudade daquele olhar de “que saco! acabou?”.
Pra ser bem sincera, pra mim, não há nada melhor que o toque, seja ele suave, brusco, robusto, tímido, intenso, seguro, molhado, quente, safado, preciso, indeciso ou disfarçado; na forma de beijo, mordida, beliscão, carícia, entrelaçamento, colo, abraço ou olhar. Não importa o tipo ou a forma, mas importa, e muito, que ele seja consentido e desejado.
Voltando a falar de Graham Bell, ele foi incrível, com certeza foi um sujeito que abraçou muito, beijou muito, é sério, eu gosto mesmo de sua invenção. Valeu, Alex!!!

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Desmedida

(Imagem: Teatro de Dioniso, em Atenas)


Hybris onde estás??? Cansei de sophrosine!!!! Kairós, kairós!!!

Lenine


Eu adoro o cara, a música é linda, pena que entrou na novela, ou seja, vai tocar tanto que começará a enjoar... por isso vai só um trecho da letra, só o que me interessa hoje... rs...
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"Às vezes é um instante
A tarde faz silêncio
O vento sopra a meu favor
Às vezes eu pressinto e é como uma saudade
De um tempo que ainda não passou
Me trás o teu sucesso
Atrasa o meu relógio
Acalma a minha pressa
Me dá sua palavra
Sussurre em meu ouvido
Só o que me interessa"
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Olhem que fantástico, não fazia idéia que isso existia!
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A doença da pressa ou síndrome da pressa é uma doença psicológica causada principalmente pelo ritmo frenético em que a sociedade moderna se submete nas zonas urbanas e no trabalho. A síndrome não tem reconhecimento médico nem psicológico factível, mas é estudada desde a década de 1980. O aumento excessivo de ansiedade é o principal fator que causa a síndrome da pressa. (Origem: Wikipédia)
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Estou tão perdida em mim que as vezes me esqueço, de ti...
Mas é que meu umbigo é tão bonitinho... rs...
Estou lendo Sidarta, do Hesse... deve ser isso...

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Do amor e outros demônios



"Sierva Maria estava sentada defronte de uma janela que dava para um campo coberto de neve, arrancando e comendo uma a uma as uvas de um cacho que tinha no colo. Cada uva arrancada tornava a brotar no cacho. No sonho, era evidente que a menina estava há muitos anos defronte daquela janela infinita tentando acabar o cacho, e que não tinha pressa, por saber que na última uva estava a morte.''
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Terminei de ler há alguns dias o livro "Do amor e outros demônios" de Gabriel Garcia Márquez, e o tempo todo fiquei com a sensação de não pertencer. O autor é admirável, aborda temas pertubadores e contradiórios, como racismo, intolerância religiosa, de maneira sensível e sem culpas.
Como assunto recorrente de suas obras, o amor aparece em muitas formas, mas a principalmente na de um amor muito próximo daqueles dos contos-de-fadas, contudo talvez sem o idealismo deles.
Os demônios vão muito além da figura arquetípica, referem-se principalmente aos nossos demônios internos, nossos vãos obscuros e asquerosos.
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"No dia 29 de maio, sem ânimo para mais nada, tornou a sonhar com a janela dando para um campo nevado, onde Cayetano Delaura não estava nem voltava nunca. Tinha no colo um cacho de uvas douradas que tornavam a brotar logo que as comia. Mas dessa vez não as arrancava uma a uma, e sim de duas em suas, mal respirando na ânsia de acabar com o cacho até a última uva. A guardiã que entrou com a incumbência de prepará-la para a última sessão de exorcismo a encontrou morta de amor na cama, os olhos fulgurantes e pele de recém-nascida. Os fios de cabelo brotavam-lhe como borbulhas no crânio raspado, e era possível vê-los crescer."
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Especialmente hoje estou me sentindo mais estrangeira que de costume, uma Sierva Maria de Todos los Angeles, vivendo no liame de dois mundos, carregando de forma ambivalente os pares de opostos: o bem e o mal. Se o amor não me matar, meus demônios cuidarão disso...

sábado, 11 de outubro de 2008

lélia, também


Meio perdida no tempo, solta no espaço...

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Desconexa...


"Se minha carne fosse pensamento
A distância jamais me reteria;.
Apesar dos espaços, em um momento,
E bem longe, a ti eu chegaria." Shakespeare
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"Eu to te explicando
Pra te confundir
Eu to te confundindo
Pra te esclarecer
To iluminado
Pra poder cegar
To ficando cego
Prá poder guiar"
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Tom Zé deve ter pensado em mim, quando escreveu a letra dessa música... rs...
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Sobre a imagem, bem, não há muito a dizer, passo tanto tempo dentro do carro, que minha obsessão por mãos se manifesta com freqüência.

terça-feira, 7 de outubro de 2008


Só um dia triste...

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Do amor, Moska

(Imagem: "Eros" de Munch)

Sempre gostei do Paulinho Moska, mas depois de ler este seu escrito, minha admiração cresceu ainda mais. É tão difícil falar sobre esse tal AMOR, normalmente soa piegas, ridículo, e ele conseguiu ser claro, sem esclarecer absolutamente nada... piegas ou não, é uma visão menos viciada que a maioria, e eu até acredito nela, com algumas ressalvas.

"Não falo do AMOR romântico, aquelas paixões meladas de tristeza e sofrimento. Relações de dependência e submissão, paixões tristes. Algumas pessoas confundem isso com AMOR. Chamam de AMOR esse querer escravo, e pensam que o AMOR é alguma coisa que pode ser definida, explicada, entendida, julgada. Pensam que o AMOR já estava pronto, formatado, inteiro, antes de ser experimentado. Mas é exatamente o oposto, para mim, que o amor manifesta. A virtude do AMOR é sua capacidade potencial de ser construído, inventado e modificado. O AMOR está em movimento eterno, em velocidade infinita. O AMOR é um móbile. Como fotografá-lo? Como percebê-lo? Como se deixar sê-lo? E como impedir que a imagem sedentária e cansada do AMOR nos domine?
Minha resposta? O AMOR é o desconhecido.
Mesmo depois de uma vida inteira de amores, o AMOR será sempre o desconhecido, a força luminosa que ao mesmo tempo cega e nos dá uma nova visão. A imagem que eu tenho do AMOR é a de um ser em mutação. O AMOR quer ser interferido, quer ser violado, quer ser transformado a cada instante.
A vida do AMOR depende dessa interferência. A morte do AMOR é quando, diante do seu labirinto, decidimos caminhar pela estrada reta. Ele nos oferece seus oceanos de mares revoltos e profundos, e nós preferimos o leito de um rio, com início, meio e fim. Não, não podemos subestimar o AMOR não podemos castrá-lo.
O AMOR não é orgânico. Não é meu coração que sente o AMOR. É a minha alma que o saboreia. Não é no meu sangue que ele ferve. O AMOR faz sua fogueira dionisíaca no meu espírito. Sua força se mistura com a minha e nossas pequenas fagulhas ecoam pelo céu como se fossem novas estrelas recém-nascidas. O AMOR brilha. Como uma aurora colorida e misteriosa, como um crepúsculo inundado de beleza e despedida, o AMOR grita seu silêncio e nos dá sua música. Nós dançamos sua felicidade em delírio porque somos o alimento preferido do AMOR, se estivermos também a devorá-lo.
O AMOR, eu não conheço. E é exatamente por isso que o desejo e me jogo do seu abismo, me aventurando ao seu encontro. A vida só existe quando o AMOR a navega. Morrer de AMOR é a substância de que a Vida é feita. Ou melhor, só se Vive no AMOR. E a língua do AMOR é a língua que eu falo e escuto."

Por que queremos tanto ser equilibrados e bem resolvidos, se é tão mais interessante ir se resolvendo aos pouquinhos? Experimentar, descobrir, fluir, viver, amar... se está fora de moda, se parece ridículo, se isso não faz o menor sentido pra você, ignore... é só mais um ponto de vista...

domingo, 5 de outubro de 2008

Pequenos heróis


Sexta-feira foi o último dia do Projeto Social no Centro Comunitário São Francisco de Assis. Não terei a preocupação de ser original ao relatar a experiência, até porque o que vou dizer é bem óbvio...
Aprendemos muito mais do que ensinamos. Resumindo é isso. As crianças nos receberam bem, nos acolheram, nos abraçaram, interessaram-se pelo que tínhamos a dizer e a ensinar, confiaram em nós. Senti-me privilegiada por receber tanto carinho. Parecíamos seus superheróis, e na verdade sabemos que os heróis são eles. Suas histórias vínhamos a saber através dos funcionários e coordenadores do CEC. Eles brincavam, riam, ali eles podiam ser crianças, ali isso era permitido, e as vezes tinham comportamentos arredios, e só nesses momentos transpareciam suas histórias tristes.
Claro que nos ensinaram, e esses pequenos nem imaginam quanto.
A tarefa agora é incorporar esses ensinamentos para minhas aulas, minhas relações, para meu olhar/estar no mundo.
Não posso deixar de citar também o meu grupo, que apesar de alguns percalços, comuns quando o trabalho é coletivo, foram indispensáveis para o sucesso desse projeto. Letícia, Fernanda, Marcelo e Thaís, foi muito bom poder estar perto, conhecê-los um pouco mais, me perder com vocês pelas ruas do Brás na hora do "recreio", comer doce na padaria, receber o apoio de cada um ao cortar os dedos com azulejos, descobrir como se tiram algumas manchas difíceis, rir das peripécias que aprontamos, descobrir que tem gente que engole cada coisa... rs... enfim, foram semanas de muito trabalho, muito aprendizado e também de muita diversão.
Obrigada a todos!

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Supermercado


Uma mulher – PICANHA!!! Ah, mas é fatiada.
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Ontem eu fui ao supermercado e ouvi essa frase. Senti certa admiração por essa senhora... Desencadeou em mim uma série de observações e indagações. Essa pessoa já foi muitas vezes fazer compras de mês e sabia exatamente o que queria. Por que não picanha fatiada? Pra mim dá tudo no mesmo. Para ela, com seu olhar apurado (devia ser uma excelente cozinheira), picanha fatiada não era legal. Sou tão inexperiente em tantos assuntos ainda. Quantas compras no supermercado terei que fazer pra ter esse "traquejo" com os "produtos"? Eu quero saber fazer compras? O que eu quero?
Mas as perguntas não pararam por aí...
Supermercado não é lugar de pessoas felizes? Fiquei observando e analisando as pessoas e me surpreendi com tanta tristeza misturada a cansaço. Posso estar enganada, mas acho que, além das crianças, eu era a única pessoa relativamente feliz naquele ambiente. Eu sei que não deve ser uma tarefa super agradável fazer compras de mês, mas eu estava me divertindo criando histórias para aqueles desconhecidos, baseadas em observações minuciosas sobre seus comportamentos. Alguns eu reencontrei várias vezes em corredores diferentes, o que possibilitou um aprofundamento maior em nossa relação imaginária. Uma pena eu não me lembrar de quase nada dessas histórias, adoraria compartilhar uma delas, mas não importa.
O que ficou disso tudo pra mim foi encontrar, mais uma vez, a possibilidade de transformar obrigações cotidianas em algo prazeroso e proveitoso. Pude, no mínimo, apurar meu olhar e exercitar minha imaginação.
Agradeço a todos aqueles queridos desconhecidos que me auxiliaram sem precisar fazer nada além de ser o que são.

sábado, 27 de setembro de 2008

Quase oito meses


"O amor é um descanso
Quando a gente quer ir lá
Não há perigo no mundo
Que te impeça de chegar."

Mais Alguém, interprete Roberta Sá
Composição: Moreno Veloso e Quito Ribeiro
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Amo esta Pequena pra sempre.

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Hamlet e medos


"Ser ou não ser. Eis a questão: é mais nobre sofrer na alma as pedradas e flechadas de um destino ultrajante ou pegar em armas contra um mar de problemas, e enfrentando todos, acabar com eles? Morrer, dormir... mais nada. E no sono acabar com a aflição e os mil choques naturais que a carne traz em si. Essa é a consumação que se deve querer como uma bênção. Morrer, dormir. Dormir, sonhar talvez: isso é que é difícil! Porque os sonhos que podem existir nesse sono da morte, depois que nos livramos desta confusão mortal, nos fazem parar para pensar. É isso que tanto prolonga a calamidade desta vida. Quem há de preferir as chicotadas e o desprezo do tempo, a humilhação do opressor, a arrogância do orgulhoso, as dores do amor desprezado, a demora da lei, os desaforos do poder, e os chutes que os talentosos pacientemente recebem dos indignos, quando o próprio sujeito pode encontrar a sua paz na lâmina nua de um punhal? Quem é que agüenta esse fardo, gemendo e suando numa vida dura, senão pelo medo de alguma coisa depois da morte, o país desconhecido, fronteira que ninguém cruza de volta, que confunde a nossa vontade, que nos leva a preferir os males que já temos do que voar para outros que não conhecemos? É assim que a consciência transforma todo mundo em covarde, é assim que a cor natural da determinação acaba desbotada pela palidez do pensamento, e grandes projetos importantes perdem o rumo, e não podem ser chamados de ação."

A TRAGÉDIA DE HAMLET, PRÍNCIPE DA DINAMARCA
de William Shakespeare, tradução de José Rubens Siqueira


Já reli tantas vezes esse solilóquio de Hamlet, e ele continua a me emocionar. Esse drama existencial é o que penso e sinto, escrito de forma magistral pelo mestre dos mestres.
Mas especialmente hoje, e por um motivo pra mim desconhecido, ele ficou martelando em minha cabeça durante boa parte do dia, e não sosseguei enquanto não parei para relê-lo... se é que posso chamar de sossego essa angústia de estar viva que estou sentindo nesse exato momento. Preciso confessar um coisa muito séria, estou perdendo a fé nas pessoas.
Posso estar sendo radical, ou não estar num bom dia, mas estou com medo. Medo de mim. Medo de perder a fé em mim também. Medo de desistir. Um medo incalculável de não conseguir mais me alimentar das pequenas esperanças. De vedar meus olhos para as belezas cotidianas. De não mais encontrar o amor no pôr-do-sol, no sorriso banguela da minha afilhada, na água da chuva sobre a grama ou no entraleçamento de mãos, corpos que se desejam. Medo de me enganar mais uma vez.

Eu não sei o que estou fazendo aqui, e tenho medo de nunca vir a saber.
(Imagem: Canibalismo de Outono, Salvador Dali)

domingo, 14 de setembro de 2008

O olhar para dentro


"Posso te olhar?
Eu não estou conseguindo te enxergar direito, posso chegar mais perto?
Posso entrar? Eu não vou te machucar."
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"Eu quero te abraçar por dentro."
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Trechos do texto do espetáculo Oito, que participei há uns dois anos.
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Hoje acordei com tantas perguntas...
Por que temos tanta dificuldade de olhar pra dentro? Por que colocamos no outro a responsabilidade por nossos sofrimentos e alegrias? Por que a excessiva necessidade de entender aquilo que só precisa ser sentido? Por que esperamos tanto? Por que exigimos tanto? Por que as pessoas jogam umas com as outras? Por que a sinceridade está fora de moda? Por que parece as vezes que ser bom é sinônimo de ser idiota? Por que nos escondemos? Por que não dá pra viver sem mentir? Por que as portas fechadas? Por que as imagens embaçadas? Por que...
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Seguimos.

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

"Mulher segundo meu pai"



Acabei de assistir ao programa Ensaio, da TV Curtura, fiquei positivamente surpreendida com a interprete Luiza Possi, já a havia escutado, mas achava que tinha uma bela voz e só. Minha opinião mudou, ela está mais madura, gosto musical apurado, arranjos interessantes e a escolha do repertório(pelo menos o do programa) muito me agradou. Adorei a interpretação da música "Mulher segundo meu pai" de Itamar Assumpção seguida de "Último Adeus" de Paulinho Moska. Se quiser dar uma espiada, passa no youtube, o som não está dos melhores, mas dá pra ter uma idéia.


http://www.youtube.com/watch?v=nzYTuyyTDbw


A letra da música do Itamar é genial, preciso postar aqui, sou mulher e concordo com ela.



Mulher Segundo Meu Pai


Bem que meu pai me avisou
Homem não sabe, mulher
Falou que seu pai, meu avô
Mulher é o que Deus quiser
As vezes quer uma flor
As vezes só um cafuné

Precisa de muito amor, haja amor
Pra sempre carinho quer
Segundo meu pai
Mulher costuma muito chorar
Suspira pelo que quer a mulher
Mania tem de sangrar


Entrega-se na colher
A quem não vai se entregar
Meu pai falou que mulher,
A mulher deve ter parte com o mar

Simples

Miró - "Figuras da noite"


De vez em quando ser feliz parece ser tão simples... adoro essa sensação!

domingo, 31 de agosto de 2008

As garras


Essa semana meus alunos desenharam com garras!! O exercício é do livro "Fazer e pensar arte" de Ana Marie Holm, que já mencionei e recomendei aos colegas educadores em posts anteriores.
Foi um experiência muito interessante, os alunos adoraram. O exercício ajuda a desenvolver a habilidade motora, criatividade, é um ótimo aquecimento para atividades mais complexas.
Mesmo quem não é educador, mas é pai ou mãe, pode fazer com seus filhos em casa.
Experimente, só vai precisar de:
Fita crepe
Giz de cera
Carvão vegetal(se quiserem)
Folhas A3 ou A2

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

TPM


Desculpem, cansei.
Dor de cabeça, pressão, mil coisas pra ler, mau humor alheio, criancice alheia, falta de atitude alheia, excesso de bondade alheia!!! E todos acham que eu sou a boazinha, paciente, mediadora... aquela que acalma os ânimos alheios. Vou dizer uma coisa: NÃO QUANDO EU ESTOU COM TPM!!!
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(Roubei a imagem de um site
fuleiragem.typepad.com/fuleira/2005/06/index.html, que já havia roubado de um outro... rs... mas é muito boa)

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Sou uma egoísta


Hoje uma amiga me perguntou:
- Lé, você acha que eu sou uma pessoa egoísta?
Respondi:
- Claro! Como todos nós, mas você não é mais egoísta que a média, relaxa.


Sou egoísta, acho que quase o tempo todo.
Sou egoísta quando presenteio alguém, porque ver aquele alguém feliz(quando acerto o presente, óbvio) vai ME fazer bem e isso é puro egoísmo.
Ou quando digo para alguém que gosto "Fica bem, tá?", porque é claro que eu não vou ME sentir tão bem se ela estiver mal, mais egoísmo.
E quando aparece alguém pedindo alimento na porta de casa, eu dou pra ME sentir menos culpada por tantas injustiças sociais, mesmo sabendo que o que estou fazendo é assistencialismo barato.
Ou ainda quando uma amiga me liga aos prantos, e eu fico dando meu apoio, aconselhando, acalmando, é evidente que EU sei que vou um dia estar na mesma situação e espero ter alguém assim por perto.
Sou egoísta quando fico fazendo caretas e estripulias para conseguir um sorriso da minha afilhada Elisa, afinal estou pensando no alimento para MINHA alma, e seu sorriso é um banquete.
Até se eu parir um dia, será um ato egoísta, porque o fato de achar que ser mãe irá ME tornar uma pessoa melhor, faz com que mesmo sublime, seja um ato extremamente egoísta.
Agora, sou super-hiper-ultra-mega egoísta quando me apaixono! Nossa, quebro todos os recordes quando isso acontece. Essa história de bilhetinhos, presentinhos, agrados, carinhos, beijinhos, não se enganem, é tudo o que quero RECEBER de volta, na mesma proporção!!! Até o "Eu te amo" (que é raro), desejo no mínimo um "Eu também."
É por isso que eu quero o mesmo que Cazuza, "a sorte de um amor tranquilo, com sabor de fruta mordida", pra me sentir menos ameaçada... ou seja, egoísta na sua essência...
PS: Dedico esse post, a uma amiga "egoísta" que eu amo e que quero ver sempre bem!!!

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Das escollhas


Escolher pressupõe correr riscos e, eventualmente, errar, isso demanda disponibilidade ao risco e um novo entendimento do erro, como algo construtivo, coisa que é fácil de dizer, mas difícil de praticar...
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Ficou meio auto-ajuda, eu senti... rs...
É só mais uma crise existencial, vai passar...

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Minha lápide


Hoje eu pensei em lápides...

Pois é, mas não de uma forma mórbida, fiquei pensando o que eu gostaria que colocassem em minha laje tumular, alguma frase que significasse para o que vim, ou o que sou, como fui, o que fiz, sei lá... Me lembrei de um filme, mas não estou me lembrando o nome, se não me engano japonês, que a pessoa morria e tinha que escolher um momento de sua vida para reviver por toda a eternidade. Que difícil, não? Uma lápide, um momento. Acho que uma reticência seria interessante, é que é difícil decidir entre o que sou, o que acho que sou, como me vêem, o que fiz, o que acham que fiz, porque estou, enfim, para colocar numa pedrinha que vai ficar muito tempo sobre o que não sou mais. Pena que Shakeapeare já disse "O resto é silêncio", essa é bem boa, acrescentaria só o "até que se prove o contrário". O que me tranquilizou, depois de pensar muito no que escrever e não ter nenhuma idéia criativa e representativa de mim, é que eu já vou estar em outro plano, quem vai ter que pensar na frase serão os que aqui ficarem. Só espero inspirar boas idéias.

sábado, 16 de agosto de 2008

Michaux



Depois de muitas leituras para começar redigir o artigo sobre afetividade na educação, me deparei com uma pérola!

"A aprendizagem da aranha não é para a mosca."

Henri Michaux


Excelente!


Respirem na questão.

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Pedagogia da Autonomia



Talvez seja chover no molhado recomendar essa leitura, principalmente aos colegas educadores, mas de fato, esse livro deve ser lido, relido, digerido, discutido e até contestado(se for o caso) mas não pode, de maneira alguma, ser ignorado.

Um trecho em especial me marcou, e gostaria de compartilhar com vocês, quando o autor fala que ensinar exige que tenhamos consciência do inacabamento.

"Gosto de ser homem, de ser gente, porque sei que minha passagem pelo mundo não é predeterminada, preestabelecida. Que o meu "destino" não é uma dado mas algo que precisa ser feito e de cuja a responsabilidade não posso me eximir. Gosto de ser gente porque a História em que me faço com os outros e de cuja a feitura tomo parte é um tempo de possibilidades e não de determinismo.
Gosto de ser gente porque, inacabado, sei que sou um ser condicionado mas, consciente do inacabamento, sei que posso ir mais além dele. Esta é a diferença profunda entre ser condicionado e ser determinado. A diferença entre o inacabado que não se sabe como tal e o inacabado que histórica e socialmente alcançou a possibilidade de saber-se inacabado. Gosto de ser gente porque, como tal, percebo afinal que a construção de minha presença no mundo, que não se faz no isolamento, isenta da influência das forças sociais, que não se compreende fora da tensão entre o que herdo geneticamente e o que herdo social, cultural e historicamente, tem muito haver comigo mesmo.
Gosto de ser gente porque, mesmo sabendo que as condições materiais, econômicas, sociais e políticas, culturais e ideológicas em que nos achamos geram quase sempre barreiras de difícil superação para o cumprimento de nossa tarefa histórica de mudar o mundo, sei também que os obstáculos não se eternizam."


Paulo Freire nos mostra um caminho possível, não é romântico e nem utópico, por mais que o trecho acima possa dar margem a esse tipo de comentário, leiam o livro todo e depois conversamos a respeito.


segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Carta resposta ao post anterior

Cara Consciência,

Você não tem mais nada o que fazer e fica me expondo aos meus poucos, mas fiéis leitores.
Ficou parecendo que sou uma desesperada romântica e encalhada, que fica sonhando com príncipes dia e noite, sem nenhuma outra preocupação mais "engajada" na vida, e isso não é verdade!!!!!!!
Em primeiro lugar, essa história de "felizes para sempre" é só uma força de expressão, acredito que é preciso alimentar uma relação para que ela tenha futuro, e hoje em dia eu percebo que as relações estão muito fast food, portanto, troque o "pra sempre" por "durável".
Você disse que preciso me engajar em causas mais profundas. Acha mesmo que não é profundo e engajado refletir sobre as relações amorosas? O problema está justamente na banalização de relações, todas elas, incluindo as amorosas.
Quanto ao sonho de casar, ter uma família, eu conto com a possibilidade de não ter nada disso e ter muitos momentos felizes ainda assim. Esse não é meu único sonho, e se for pra "diminuir minhas exigências", estou melhor sozinha, obrigada.
Agora, sobre a história de minha inteligência não ser benéfica quando minha meta é restrita, confesso que fiquei na dúvida quanto ao que quis dizer. Acha que sou inteligente demais e isso acaba afastando os homens, no caso de eu querer ser esposa, mãe e ponto? Ou, sendo minha meta ser mãe e esposa, acredita que eu não precise me "esforçar" tanto? Não sei qual das duas é pior. Quem sabe um dia não me explique melhor essa parte.
Pra finalizar, desculpe se isso a incomoda, mas por mais que possa ser piegas, ridículo, romântico, vou continuar acreditando que é possível criar laços profundos e relações duráveis.

Lélia

domingo, 10 de agosto de 2008

minha/sua consciência


Querida Lélia,

Faz algum tempo que não nos correspondemos, mas senti-me na obrigação de lhe dizer algumas coisinhas, que já deve estar cansada de saber, e ainda assim, insiste em se fazer se desentendida.
Quantas vezes você acreditou no "pra sempre"? E quantas não eram? Todas. Ok.
Quanto tempo você perdeu, grudada ao telefone celular, esperando uma ligação que nunca ocorreu? Muito. Puxa!
Quanta criatividade você disperdiçou em declarações e presentes, para candidatos a príncipes encantados? Bastante. Humm, muito bom!
Quantos sonhos idiotas você não teve de casar, ter uma bela família, filhos? Muitos. É, estou pegando pesado.
Quantos jantares românticos e declarações, acabaram em promessas não concretizadas ou sumiços inexplicáveis? A maioria. Parabéns!
E quando é que você vai parar de acreditar nessa mentira de "felizes para sempre" que só existem nas histórias de contos de fadas?
Suas escolhas a afastaram do "felizes para sempre", nunca pensou nisso? Querida, sua inteligência pode não ser tão benéfica quando sua meta é tão restrita.
Sei que não costuma se lamentar, mas como sou parte de você, sei tudo o que acontece contigo, e não está me fazendo nada bem saber que você insiste em acreditar em coisas que não existem mais.
Precisa se engajar em causas mais profundas, está sendo muito egoísta, o que é um príncipe encantado, perto dos problemas dos monges do Tibet(só pra ficarmos com um exemplo)?
Acorda, meu bem! E por favor, diminua suas exigências e não espere mais!

Sua Consciência
(Foto tirada por Renato Chiappetta)

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Desabafo


Eu acho incrível a capacidade que o ser humano tem de adaptação, mas eu detesto quando ele usa isso como desculpa pra se acomodar, mesmo quando é inconsciente.
Pronto, falei!!!!
.
Ps: Sim, eu esqueci de levar chinelo!

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Entre



Entre querer bem e fazer bem, uma lágrima escorre
Entre quatro paredes muitas ilusões são alimentadas
Entre uma viagem de reconciliação e a realidade do relacionamento, alguns equívocos
Entre o que sou e como me vêem, uma vala profunda
Entre ser generoso e ser burro, um quase nada
Entre adormecer e morrer, um jovem casal desencontra-se
Entre o que se quer e o que se pode, algo se perde
Entre você e eu, o tempo
Entre meu desejo e o seu, meu bem... nem te conto.

domingo, 3 de agosto de 2008

Campos do Jordão


Um fim de semana incrível com pessoas muito especiais.


Senti-me privilegiada de ser "abraçada" por amigos tão queridos, de dividir meu edredon com a ilustre (e gata) Fernanda (amo demais!), cozinhar com o Thiago (que coração enorme!), rir das bizarrices do Lú (figura!), receber o carinho da Lê (amo! sempre tão presente e necessária), conhecer o Paulo e a Evelyn... sem falar no profundo aprendizado sobre a Inconfidência Mineira, as conversas com Batman, Vingador e Super Man, o descobrimento de Leliolândia ou o fantástico mundo de Lélia... rs... tudo muito poético... rs...


Foi muito bom rir com vocês, obrigada! Valeu cada minuto.

PS: Vejam as fotos da viagem no meu fotoblog

http://leliacampos.fotoblog.uol.com.br/

quinta-feira, 31 de julho de 2008

Dosed


Música: Dosed - Red Hot Chili Peppers


Gosto muito: da música, da indicação, de quem indicou, das descobertas.
Gosto menos: do vídeo que é só uma imagem, da espera e da saudade que me dá escutá-la.
Não gosto: de ervilha.

quarta-feira, 30 de julho de 2008

Saudade!!!


As vezes me faltam palavras... mas não por falta de leitura, só porque a sensação é maior que qualquer palavra.

Estava sentindo muita falta do mar, de admirar esse fascinante gigante, sentir a brisa, caminhar sobre as areias a beira mar, mergulhar nas águas de Iemanjá, sentir o sol me queimar de leve(muuuuuito protetor pra tanta brancura, claro), de ler um bom livro com as ondas do mar como trilha sonora (mas o "Retrato de Dorian Gray" não foi um boa escolha para o momento, é maravilhoso, mas pesado demais para a acasião), enfim... me fez pensar na vida, ou na maneira como levo a vida e a vontade de sumir dessa cidade cinza voltou, ela sempre volta, ou será que nunca me deixou?

Para aqueles com quem gostaria de ter compartilhado esse momento, mas que estavam ocupados demais, trabalhando, esquiando, recuperando-se de cirurgias, mimando afilhadas, namorando ou se apaixonando.

terça-feira, 29 de julho de 2008

flores e eu


Será que todo mundo é como eu em relação a flores?
Sempre que passo por um jardim, sorrio... é incrível, é quase um reflexo...
orquídeas(ou lelias), gardênias, rosas, margaridas, girassóis, gérberas, azaléias, begônias, lírios, cravos... todas me fascinam, me encantam, me fazem sorrir...
Quem dera ter um jardim só pra mim... quem dera plantar rosas brancas com o homem que eu escolher para passar o resto da vida... quem dera ele aceite... quem dera ele exista... quem sabe eu já não o tenha encontrado e ele me traga a muda, terra adubada e a proposta de uma belo lugar para plantarmos...

Romântica incorrigível eu? Imagina... rs...

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Um feliz reencontro

Imagem: "O beijo" de Gustav Klimt (1907-1908)

Eu confesso, adoro reencontros! Perceber o que o tempo proporcionou às pessoas, observar aquilo que nem o tempo transformou, mas, principalmente, adoro reencontrar aqueles que o tempo soube ser generoso, que ajudou a evidenciar suas melhores qualidades e madurou suas idéias e percepções. E foi isso o que aconteceu em minha última viagem ao interior.
O mundo teve que girar muitas vezes para finalmente nos encontrarmos verdadeiramente.
E mesmo que não haja um depois, mesmo que nossos caminhos não se cruzem novamente(Nossa! Que melodramático!! rs), foi uma bela surpresa encontrar "Romeu". Não que eu não me importe ou não deseje novos encontros, mas tendemos sempre a já fazer novos planos e esquecemos a importância da experiência, ou de refletir sobre ela. Aprendi com o que experenciei e foi uma alegria o que encontrei.
Romeu homem, Romeu maduro, Romeu engraçado, Romeu belo Romeu, Romeu sóbrio... rs...

E que o tempo nos diga o que virá agora, e depois, e depois, e depois...

terça-feira, 22 de julho de 2008

Endereçada


Caros olhos que quero ver ao acordar todos os dias,

Olá, não quero parecer indelicada ou impaciente mas, onde é que vocês estão, hein?
Por acaso os vi ontem, e nem percebi que eram vocês?
Peço desculpas, se foi este o caso. Até achei que poderia ser, mas, na dúvida preferi não arriscar.
Nem preciso dizer que estou arrependida, né? Será que poderiam olhar novamente pra mim, daquele mesmo jeito? Pretendo estar mais atenta da próxima vez e sem medo de me entregar.
Não posso lhes dar garantias, queridos olhos de um colorido inesperado, mas, quem é que pode não é mesmo, em terrenos tão delicados?
Preciso lhes contar uma coisa: sou miope, até acho charmoso usar óculos, mas não uso sempre. Eu não os estava usando ontem. Repararam?
Pois é, talvez por isso não tenha percebido direito que eram vocês. Seria pedir demais que vocês chegassem um pouquinho mais perto na próxima vez? É que não sei se vou estar usando meus óculos.
Ah! E se porventura eu me perder nas palavras e esquecer o "fio da meada" da conversa, peço que não reparem, é que vocês me desconcertam.
Sei que talvez esteja pedindo demais a vocês, mas ainda preciso fazer um último pedido...


Beijem-me
(Imagem: "The lovers" de René Magritte)

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Na concha



"Tem dias que a gente se sente
Como quem partiu ou morreu
A gente estancou de repente
Ou foi o mundo então que cresceu..."

Chico Buarque


O que dizer quando o cinza do dia toma conta de todo o colorido que há em você?
Quando o esforço de ser permanentemente otimista é abalado, e nada, nada mesmo, parece ter importância? Nem o nascimento de um primo, nem a felicidade alheia, nem o sorriso da pequena Elisa.

Tudo está me incomodando, pessoas, coisas, atos. Pareço estar no lugar errado, a espera de algum acontecimento que me tire dessa inércia, desse tédio. Tédio sem dinheiro é tão chato... Se eu pudesse, compraria uma passagem e iria agora, sozinha, para Grécia, Machu Picchu, Cidade do Cabo ou Chichén Itzá para me alimentar culturalmente e, de quebra, sarar desse tédio. Para amenizar a crise, comprei três livros, que já deveriam ter sido lidos há muito tempo, mas sempre acabava adiando por algum motivo, são eles: "Sidarta" de Hermann Hesse, "Do amor e outros demônios" de Gabriel García Márquez e "O retrato de Dorian Gray" de Oscar Wilde. Até o fim das férias pretendo ler todos, passo aqui para contar como foi a experiência.

Por agora, nada mais tenho a dizer, acho melhor voltar para minha concha, não gosto de conversar muito em dias como esse, acabo não sendo boa companhia. Mas amanhã o sol há de aparecer... acredito.

(Image: "Le Bain de pied" de Camille Pissarro, óleo sobre tela)

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Férias


Deitada na rede, noite de somente uma estrela no céu.
Acho tão triste, mais triste do que nenhuma estrela no céu, porque deste último modo eu imagino que estão todas lá, escondidas pelas nuvens, porém quando vejo apenas uma, fico com a sensação de solidão, com a impressão de que a esta única estrela foi negada a possibilidade de também se esconder, já que nem as nuvens quiseram escondê-la.
Será que ela teve escolha? E se teve, será que foi consciente esta atitude corajosa?
Será que eu seria capaz de um ato heróico?
Deitada na rede, noite fria, solitária, reflexiva... Cadê meu chocolate quente?

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Lágrimas e casamentos


Mais um casamento... as pessoas de minha família têm casado bastante nos últimos tempos...
Houve um época em que me recusava a ir a casamentos, achava "um saco" aquelas pessoas exageradamente enfeitadas, que ficavam falando dos vestidos alheios, da decoração, dos salgadinhos, me sentia incomodada, inadequada, fazia questão de dizer a todos que não iria casar, não via sentido nesse tipo de união ultrapassada.
Hoje, muitos anos depois, penso um pouco diferente...
Sim!!! Eu choro em casamentos!!! Bem, eu choro em muitas ocasiões. Sou a típica manteiga derretida. Se estou feliz, se estou triste, se um cisco adentra em meus olhos, se vejo alguém feliz, se estou com sono e não posso dormir, se estou com raiva, angustiada e até sem motivo, eu choro!!!!! Lágrima é minha linguagem favorita, me perco e me encontro nesse mundo, as vezes me sinto Alice, afogada em minhas próprias lágrimas.
Mas voltando ao casamento, minha prima estava radiante, noivas normalmente ficam radiantes neste dia. Me senti feliz de poder participar deste momento especial para ela. Eu não tenho mais problema em assumir que agora me divirto com todos aqueles excessos, de brilhos, de alegrias, de superficialidades. Gosto de encontrar os familiares nessas ocasiões, as pessoas têm sempre alguma observação a fazer em relação a você, e surpreendentemente, algumas(poucas, claro, a maioria é equivocada e ignorável) são pontuais e enriquecedoras.
Pra falar a verdade, eu sou uma caipira do interior morando numa cidade grande, romântica disfarçada de mulher bem resolvida, aquela que sonha escondido com o dia de seu casamento mas jura que nem se importa com isso, que sempre dá uma rezadinha durante as cerimônias de união pedindo a Deus para agilizar o seu "processo de união" mas faz questão de dizer que não tem pressa.
Pois é, eu me disfarço o tempo todo, me escondo atrás de teorias, mas no fundo, sou apenas uma mulher que deseja ser amada e que, somente quando as lágrimas escorrem é que me mostro inteira, sem disfarces... e talvez por isso é que poucos me vêem chorar...

sábado, 28 de junho de 2008

Sou sendo


LAGARTA — Quem é você?

ALICE — A senhora me desculpe, mas no momento não tenho muita certeza. Quer dizer, eu sei quem eu era quando acordei hoje de manhã, mas já mudei uma porção de vezes desde que isso aconteceu.

LAGARTA — O que você quer dizer com isso? Explique-se!

ALICE — Receio que não possa me explicar, Dona Lagarta, porque é justamente aí que está o problema. Posso explicar uma porção de coisas, mas não posso explicar a mim mesma.

(Alice no país das maravilhas - Lewis Carroll)


"Não é que vivo em eterna mutação, com novas adaptações a meu renovado viver é que nunca chego ao fim de cada um dos modos de existir. Vivo de esboços não acabados e vacilantes. Mas equilibro-me como posso, entre mim e eu, entre mim e os homens, entre mim e o Deus."

(Um sopro de vida – Clarice Lispector)


“Que sei eu do que serei, eu que não sei o que sou?Ser o que penso? Mas penso tanta coisa!E há tantos que pensam ser a mesma coisa que não pode haver tantos!”

(Tabacaria – Fernando Pessoa)


Quem sou eu? Em permanente construção, não me atrevo a definir quem sou, porque posso já não ser mais aquilo que defini ser... sou memória, sou fragmentos de histórias, sou feita instantes, sou inacabada.

E você, quem é?

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Bizarro!!!

(René Magritte. Golconde, 1953. Óleo sobre tela, 81 x 100 cm)

Uol Notícias de 23/06/2008

"Jovem de 20 anos é flagrado cochilando no sofá da casa que acabara de assaltar no bairro Estância Velha, em Canoas. A proprietária da casa encontrou o ladrão e chamou a Brigada Militar, que precisou acordar o criminoso para prendê-lo."

Alguém me explica o que isto significa?

sexta-feira, 20 de junho de 2008

tempo, tempo, tempo, tempo



"Temos muitas coisas em excesso nos dias de hoje. A única coisa que não temos o suficiente é tempo. E ter em excesso significa que nada temos. A atual superabundância de imagem significa, basicamente, que somos incapazes de prestar atenção. Somos incapazes de nos emocionarmos com as imagens. Atualmente, as histórias têm que ser extraordinárias para nos comoverem. As histórias simples... não conseguimos mais vê-las."

Wim Wenders

"Después de un tiempo, uno aprende la sutil diferencia entre sostener una mano y encadenar un alma, que el amor no significa acostarse y una relación no significa seguridad; y uno empieza a aprender que los besos no son contratos y los regalos no son promesas; y uno empieza a aceptar sus derrotas con la cabeza alta y los ojos abiertos.Y uno aprende a construir todos sus caminos en el hoy, porque el terreno de mañana es demasiado inseguro para planes... y los futuros tienen una forma de caerse en la mitad.Y después de un tiempo uno aprende que si es demasiado, hasta el calorcito del sol quema. Que hay que plantar su propio jardín y decorar su propia alma, en lugar de esperar a que alguien le traiga flores. Y uno aprende que realmente puede aguantar, que uno realmente es fuerte, que uno vale, y con cada día... uno aprende.
Con el tiempo aprendes que estar con alguien porque te ofrece un buen futuro, significa que tarde o temprano querrás volver a tu pasado.Con el tiempo comprendes que sólo quien es capaz de amarte con tus defectos, sin pretender cambiarte, puede brindarte toda la felicidad que deseas.Con el tiempo te das cuenta de que si estás al lado de esa persona sólo por compañía a tu soledad, irremediablemente acabarás no deseando volver a verla.Con el tiempo te das cuenta de que los amigos verdaderos valen mucho más que cualquier cantidad de dinero.Con el tiempo entiendes que los verdaderos amigos son contados, y que el que no lucha por ellos tarde o temprano se verá rodeado sólo de amistades falsas.Con el tiempo aprendes que las palabras dichas en un momento de ira pueden seguir lastimando a quien heriste, durante toda la vida.Con el tiempo aprendes que disculpar cualquiera lo hace, pero perdonar es sólo de almas grandes.Con el tiempo comprendes que si has herido a un amigo duramente, muy probablemente la amistad jamás volverá a ser igual.Con el tiempo te das cuenta de que cada experiencia vivida con cada persona es irrepetible.Con el tiempo te das cuenta de que el que humilla o desprecia a un ser humano tarde o temprano sufrirá las mismas humillaciones o desprecios multiplicados al cuadrado.Con el tiempo comprendes que apresurar las cosas o forzarlas a que pasen ocasionará que al final no sean como esperabas.Con el tiempo te das cuenta de que en realidad lo mejor no era el futuro, sino el momento que estabas viviendo justo en ese instante.Con el tiempo verás que aunque seas feliz con los que están a tu lado, añorarás terriblemente a los que ayer estaban contigo y ahora se han marchado.Con el tiempo aprenderás que intentar perdonar o pedir perdón, decir que amas, decir que extrañas, decir que necesitas, decir que quieres ser amigo, ante una tumba ya no tiene ningún sentido."

Jorge Luis Borges


Lindo! Isso ainda me emociona, tenho tempo...

terça-feira, 17 de junho de 2008

Não resisti!!!



Maria Fernanda (prima) e Elisa Beatriz (minha afilhada), desde pequenas já se dão muito bem. Conversam horas no idioma delas!!! E são tão lindas!!!

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Amor da minha vida



Quanto bem essa Pequena me faz!!! No momento, é minha maior alegria. Gostaria de mostrar seu lindo rostinho na foto, mas os pais dela me proibiram, e minha irmã é brava que só! Não ouso arriscar.
Sensação, de prazer ao fitá-la, de alegria ao vê-la aprender, de penitude ao fazê-la sorrir e de eterno e doce amar/amor.
Sabem, apesar dela me achar uma madrinha meio "doidinha", sinto que meu amor por ela é correspondido, e é muito bom ser amada por ela!!!

domingo, 8 de junho de 2008

Alegoria da pequena árvore


Estava passando pela Praça Panamericana e enquanto esperava o sinal esverdear, parei para observar uma arvorezinha que não estava lá dias atrás. Ela não estava, ou eu não estava pra ela? Não sei, o fato é que ela não existia, pra mim. Mas todo o universo conspirou pra que finalmente a gente se encontrasse. Não resisti e tirei uma foto dela. Não sei se a olharia da mesma maneira se fosse um outro horário, em que o pôr-do-sol não a estivesse evidenciando. Sempre passo por essa região e meus olhos nunca haviam percorrido a direção em que estava aquela pequena árvore. Como minhas percepções e meus olhos são confusos e desatentos! Lembrei-me da andorinha do conto “O Príncipe Feliz” de Oscar Wilde.

“Uma noite, voou por cima da cidade uma andorinha. As suas amigas tinham partido para o Egito havia seis semanas; ela, porém, se atrasara, enamorada como estava de um junco muito gracioso. Conhecera-o nos princípios da primavera, no momento em que descia o rio perseguindo uma grande borboleta amarela, e por tal forma a atraíra a cintura esbelta do junco, que se detivera para falar com ele.
E o junco fizera-lhe uma profunda vênia. Voara, então, repetidas vezes à roda dele, roçando a água com as pontas das asas e produzindo mil ondulações de prata. Era este o seu modo de lhe fazer a corte, e prolongou-a por todo o verão.
- Que afeição mais ridícula! - chilreavam as outras andorinhas. - Ele não tem dinheiro e tem muitos parentes.
Quando o outono chegou, todas as andorinhas foram embora. Depois que partiram, começou ela a sentir-se muito só e a enfastiar-se de seu amado.
- O junco não diz uma palavra - observou ela - e receio que seja um pouco leviano, porque está sempre a flertar com a brisa.
- Além do mais, ele é muito caseiro – continuou - enquanto eu adoro as viagens, e o meu esposo deve, por conseqüência, gostar de viajar também.
- Queres vir comigo? – perguntou, por fim.
- Mas o junco abanou a cabeça; era por demais pajeado ao seu lar para poder segui-la.
- Tens andado a brincar comigo – disse ela. – Vou partir para as pirâmides. Adeus!”

As pirâmides!!! É... pode ser.

Antes disso recomendo uma visita a Web Gincana sobre Filosofia, destinada aos alunos do Ensino Médio, trabalho da disciplina de Tecnologia Educacional.
http://www.livre.escolabr.com/ferramentas/wq/webquest/soporte_tablon_w.php?id_actividad=7382&id_pagina=1