quinta-feira, 17 de julho de 2008

Na concha



"Tem dias que a gente se sente
Como quem partiu ou morreu
A gente estancou de repente
Ou foi o mundo então que cresceu..."

Chico Buarque


O que dizer quando o cinza do dia toma conta de todo o colorido que há em você?
Quando o esforço de ser permanentemente otimista é abalado, e nada, nada mesmo, parece ter importância? Nem o nascimento de um primo, nem a felicidade alheia, nem o sorriso da pequena Elisa.

Tudo está me incomodando, pessoas, coisas, atos. Pareço estar no lugar errado, a espera de algum acontecimento que me tire dessa inércia, desse tédio. Tédio sem dinheiro é tão chato... Se eu pudesse, compraria uma passagem e iria agora, sozinha, para Grécia, Machu Picchu, Cidade do Cabo ou Chichén Itzá para me alimentar culturalmente e, de quebra, sarar desse tédio. Para amenizar a crise, comprei três livros, que já deveriam ter sido lidos há muito tempo, mas sempre acabava adiando por algum motivo, são eles: "Sidarta" de Hermann Hesse, "Do amor e outros demônios" de Gabriel García Márquez e "O retrato de Dorian Gray" de Oscar Wilde. Até o fim das férias pretendo ler todos, passo aqui para contar como foi a experiência.

Por agora, nada mais tenho a dizer, acho melhor voltar para minha concha, não gosto de conversar muito em dias como esse, acabo não sendo boa companhia. Mas amanhã o sol há de aparecer... acredito.

(Image: "Le Bain de pied" de Camille Pissarro, óleo sobre tela)

4 comentários:

Fermina Daza disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Fermina Daza disse...

Coisa linda da minha vida,

Não é só vc que está se sentindo assim, estou assim também !!!

Será que é saudades da facu?
Saudades suas?
Talvez.

Acho que vou te ligar, sua chata.
A gente precisa se ver antes de agosto (agosto de Deus).

Bem, à respeito do post...

Já li o do Oscar Wilde, e o tenho como um dos melhores livros que já li até hoje. Os diálogos são inteligentíssimos e o final é fantástico. ;)
Os outros, não li, mas já estão anotados aqui na minha listinha de "recomendados".

Estou lendo ainda o "Cem Anos de Solidão" do García Marques...tô me sentindo meio assim...talvez 30 dias de solidão.

Em paralelo leio Contos do Machado no serviço, me mato de rir. (um dos únicos momentos que rio durante esses dias)...

Pq isso está acontecendo?
Estou tentando entender...

Beijos
Com muitas saudades

Fabiano Conte disse...

Do Hesse li apenas "Demiam"... engraçado que eu era apaixonado por um disco do Santana que se chama Abraxas... ele também havia lido Demiam, hehe.

Do García Marquez "O general em seu labirinto", "Cem anos..." e "Memórias de minhas putas tristes".

Não leio muitos romances, sou um homem mais afeito à poesia.

Bem, de qualquer forma, não sei o motivo, mas acho que Nabokov deve ser a sua cara. Você já leu? Se não, comece por Pnin...

Vi um filme esta semana, Nome próprio, que acho que também você vai gostar...Não sei porque também, mas acho.

Abraço

P.S - Há tantas coisas a dizer sobre o meu e o seu post sobre as avós, que acho que vou escrever um texto no blog sobre isso.

lulooker disse...

Ai minhsa linda. Todo mundo se sente asim Às vezes, normal. O problema é quando dura muito, no mais, não esquenta.