Ela acordou com vontade de ver o mar...
Tinha muitos afazeres: trabalho, estudo, academia, filhos, marido... mas o mar não podia esperar. Não conseguia entender por que, mas essa atração era maior do que qualquer coisa.
Levantou, tomou um banho, pegou uma maça que encontrou perdida na fruteira e saiu. Tirou o carro da garagem e foi... tentou resistir e virar a direita rumo ao escritório, mas não conseguiu. Resolveu parar de lutar contra e foi ver o que o mar tanto queria com ela.
A neblina estava intensa durante quase toda a serra, impossibilitando a vista magnífica do oceano do alto da montanha.
Cerca de três horas depois a revelação, o mar havia sumido. Não estava onde deveria estar, e se não estava mais lá, obviamente muitas cidades poderiam estar encobertas neste exato momento. Um verdadeiro desastre, mais um, em meio às pequenas tragédias cotidianas que vivemos em silêncio. O mar teria fugido? Se escondido? O que estava acontecendo?
A cidade encontrava-se deserta, foi até uma padaria para obter alguma notícia, mas não havia ninguém para atendê-la. Resolveu ligar pra casa com a esperança de que alguém a pudesse tirar desse estado de estupefação e impotência. Nada, mudo, desligado ou sem bateria, o fato é que naquele momento ela era a única testemunha de algo que ela nem sabia ao certo se era real.
E se não era real, o que de real ela poderia tirar dessa catástrofe inventada? E se era real, pra que perder tempo refletindo sobre a autenticidade dos fatos, quando milhares de pessoas poderiam estar morrendo afogadas?
Ação, uma palavra tão pequena e tão difícil de ser experimentada!
Ao mesmo tempo em que tinha vontade de correr na direção onde deveria estar o mar até conseguir encontra-lo, seus pés fincaram no chão pelo instinto de sobrevivência que os habitava.
O que um simples olhar pode causar em nosso espírito e como a ausência dele pode nos ferir. Mais do que o mar, ela sentia falta de alguém pra compartilhar aquilo que ela nem sabia descrever. Um olhar, e talvez ela se sentisse mais confiante pra agir, talvez.
O dia poderia ter transcorrido normalmente se ela não resolvesse se meter onde não devia. Poderia ser um belo dia de sol a beira mar, se o mar não tivesse sumido. Poderia ser um dia banal, se ela não ouvisse seus instintos.
Ela correu, correu na direção oposta ao mar, pois não era o mar que deveria ser salvo. Precisava salvar-se, e precisava do outro para ser salva. Não havia sentido existir sozinha. Então correu, correu em busca do que ainda estava vivo, correu com sua esperança desesperada, correu, correndo, corre, corre, corre...
Tinha muitos afazeres: trabalho, estudo, academia, filhos, marido... mas o mar não podia esperar. Não conseguia entender por que, mas essa atração era maior do que qualquer coisa.
Levantou, tomou um banho, pegou uma maça que encontrou perdida na fruteira e saiu. Tirou o carro da garagem e foi... tentou resistir e virar a direita rumo ao escritório, mas não conseguiu. Resolveu parar de lutar contra e foi ver o que o mar tanto queria com ela.
A neblina estava intensa durante quase toda a serra, impossibilitando a vista magnífica do oceano do alto da montanha.
Cerca de três horas depois a revelação, o mar havia sumido. Não estava onde deveria estar, e se não estava mais lá, obviamente muitas cidades poderiam estar encobertas neste exato momento. Um verdadeiro desastre, mais um, em meio às pequenas tragédias cotidianas que vivemos em silêncio. O mar teria fugido? Se escondido? O que estava acontecendo?
A cidade encontrava-se deserta, foi até uma padaria para obter alguma notícia, mas não havia ninguém para atendê-la. Resolveu ligar pra casa com a esperança de que alguém a pudesse tirar desse estado de estupefação e impotência. Nada, mudo, desligado ou sem bateria, o fato é que naquele momento ela era a única testemunha de algo que ela nem sabia ao certo se era real.
E se não era real, o que de real ela poderia tirar dessa catástrofe inventada? E se era real, pra que perder tempo refletindo sobre a autenticidade dos fatos, quando milhares de pessoas poderiam estar morrendo afogadas?
Ação, uma palavra tão pequena e tão difícil de ser experimentada!
Ao mesmo tempo em que tinha vontade de correr na direção onde deveria estar o mar até conseguir encontra-lo, seus pés fincaram no chão pelo instinto de sobrevivência que os habitava.
O que um simples olhar pode causar em nosso espírito e como a ausência dele pode nos ferir. Mais do que o mar, ela sentia falta de alguém pra compartilhar aquilo que ela nem sabia descrever. Um olhar, e talvez ela se sentisse mais confiante pra agir, talvez.
O dia poderia ter transcorrido normalmente se ela não resolvesse se meter onde não devia. Poderia ser um belo dia de sol a beira mar, se o mar não tivesse sumido. Poderia ser um dia banal, se ela não ouvisse seus instintos.
Ela correu, correu na direção oposta ao mar, pois não era o mar que deveria ser salvo. Precisava salvar-se, e precisava do outro para ser salva. Não havia sentido existir sozinha. Então correu, correu em busca do que ainda estava vivo, correu com sua esperança desesperada, correu, correndo, corre, corre, corre...
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