(Jornal da USJT, março/2009)
O senhor Aurelio Buarque de Holanda Ferreira diz:
Afetividade é o conjunto de fenômenos psíquicos que se manifestam sob forma de emoções, sentimentos e paixões, acompanhados sempre da impressão de dor ou prazer, de satisfação ou insatisfação, de agrado ou desagrado, de alegria ou tristeza. (FERREIRA, 2001, p. 20)
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Fernanda, Lélia e Letícia completam:
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“Pode-se dizer, em outras palavras, no que diz respeito à afetividade, que um indivíduo pode ser afetado ou cometer o ato de afetar; ou seja, como seres sociais todos estão sujeitos, o tempo inteiro, a afetividade. Afetar, portanto, nada mais é que atingir; tratando-se de uma ação que acarreta conseqüências.
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Desde pequenos, na educação do ser humano, ouve-se falar da superioridade de pensar com a razão, como se o fator emocional se distanciasse significantemente das conquistas que, dizem os amantes da razão, são de caráter material. É necessário aqui rever alguns valores. As maiores conquistas da humanidade foram aquelas que, sem dúvida, envolveram a racionalidade humana, mas não se pode separar a motivação e os sentimentos de superação, busca, determinação, curiosidade, e até mesmo a própria capacidade de sonhar dos processos que desencadearam as grandes descobertas da humanidade. Não se deseja algo que não afeta o lado emocional, que não desperta vontade demasiada em descobrir, em ter, em ser. A necessidade, muitas vezes, impulsiona o indivíduo a buscar conhecimento, porém o aprendizado da necessidade vinda de fora, como algo externo, não é o mesmo da necessidade vinda de dentro do sujeito, que ambiciona sempre insatisfeito pelo que o afeta. Rosa (2003, p. 24) explica que “alimentamo-nos da tese segundo o qual o elemento distintivo do homem é a racionalidade. Que me perdoem os fiéis mais ortodoxos da razão, mas a originalidade do homem está no seu poder de sonhar”.
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Com o intuito de desenvolver a busca autônoma do educando pelo conhecimento é indispensável propiciar não só meios materiais para despertar seu interesse como também desencadear seus mecanismos internos. Como desencadeá-los? A resposta está na afetividade. Afetar visando à aproximação do aluno ao professor, possibilitando a eficiência no aprendizado, pois todos os sentidos do estudante estarão voltados para a aquisição de conhecimentos.” Trechos do artigo Afetividade para a formação integral do educando escrito por Fernanda, Letícia e Lélia
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Eu sinceramente acredito nisso, e experencio diariamente o ato de afetar, não só dentro da sala de aula, porque não faria sentindo, mas também em minhas relações “extra-classe”. Sou educadora em tempo integral, sou ser humano em tempo integral e não posso (e nem quero) ignorar o afeto em minha maneira de estar, ser e me relacionar com o mundo.