terça-feira, 4 de novembro de 2008

Flor na lua


Numa quarta-feira de cinzas nasci, costumo brincar que já nasci compreensiva, pois esperei meus pais pularem carnaval tranquilos, e só depois dei o ar da graça, para alegrar o dia da ressaca de todos.
Dizem que eu era um bebê bem bonitinho, doce e meigo. Levemente temperamental, cheia de vontades e sedenta por descobrir o que era esse tal de mundo.
Depois fui crescendo e me aproximando cada vez mais do mundo da lua. Como eu gostava de lá, quer dizer, como eu gosto de lá. O problema é voltar... testa cortada, perna torcida, mão furada, bronca indevida... Desligada não, só conectada a outra dimensão. Por que as pessoas teimam em não entender isso?
Fui uma criança tão feliz!!! Brinquei, me machuquei, viajei nas férias pra casa da vó Nina, estudei numa boa escola e excursionei pela "lua" boa parte do tempo.
Meus pais fizeram tudo o que podiam para me educar afetivamente e cognitivamente da melhor maneira possível. Foram exemplos de caráter e sabedoria, e lhes serei eternamente grata pela ajuda incondicional em minha formação.
Mas por que estou falando disso? Primeiro porque eu quero, e como diria Patty Diphusa, de Almodóvar: "Apesar de minha pouca idade, EU conheci muita gente, mas quem conheço melhor que ninguém sou EU MESMA. Acho que é uma prova de honestidade falar daquilo que se conhece." Mas também porque noite passada escutei uma história, linda, sobre a vida de uma certa pessoa, principalmente sobre sua vida escolar, e descobri muito sobre a formação de seu caráter e personalidade. Coincidentemente, hoje escutei um outra história, muito diferente da primeira, mas tão rica quanto. Fiquei emocionada e comovida por ter tido a oportunidade de conhecer a aprender com cada uma delas. Senti-me privilegiada e agradecida.
Porém, as vezes fico valorizando histórias alheias e me esqueço que também tenho uma, e que é linda e especial, porque é minha. Minhas escolhas, minhas vitórias e derrotas, paixões, amores, amigos, pessoas, tudo aquilo que contribuiu para o que sou hoje. Que já será diferente do que serei amanhã.
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Assim eu sigo me transformando... somando, subtraindo e fazendo as equações necessárias... mas sem nunca deixar de dar uma passadinha na lua, onde tenho residência fixa. Alguém me acompanha?

4 comentários:

dineia disse...

Querida Lélia a sua foto está uma graça! Espero que continue sempre assim- comprometida e estudiosa. Agora que entregou o seu relatório , e as famigeradas planilhas de Estágio, poderá se dedicar ao que mais gosta- Teatro e postar seus lindos textos no BLOG .Abraços Da professora Dinéia.

Anônimo disse...

Oi Lélia!!!
Acabo de consultar o endereço certinho do nosso ENADE e percebi que não é bem onde eu imaginei que fosse... rs! Ao que entendi não tem nada de perto de metrô não!! Pelo contrário, tá é bem longinho...
Desculpa mandar um "não-comentário" específico.
Também nãi li nada aqui ainda, mas depois farei isso...
Bjos!
Estanislau

Alain disse...

Fantástico mundo de Lélia? Leliolândia?! Bjos sumida!

lulooker disse...

Bom, eu vivo por lá...