quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Gigantes


Tenho poucas lembranças da minha infância, mas como acontece com todos nós, as vezes um cheiro, uma imagem, um som me transporta para aqueles longínquos tempos, e mergulho, por alguns segundos, nessas lembranças, ora inspiradoras, ora dolorosas, mas sempre reveladoras. Lembranças que nos fazem perceber quão próximo ou quão distante estamos de nossa essência (normalmente distantes, não?). No entanto, é um puxão de orelha tão sutil (daqueles que a gente torce pra levar porque sabe que depois virá o afago), que é preciso ficar alerta quando algo desse tipo acontece, principalmente com alguém tão desligadinha como eu...
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Tudo isso pra dizer que me lembrei de um pensamento de infância, eu devia ser bem novinha: Eu achava que era filha de gigantes, meus pais eram gigantes, como todos os adultos e que a distância entre nós só iria aumentar.
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Enganei-me, essa distância só diminuiu, em todos os sentidos. Mas meus pais continuam sendo gigantes pra mim, pela dedicação, coragem e luta incansável. Trancos, barrancos, tropeços, e eles continuam firmes, por perto, pra mim. Perfeitos dentro de suas imperfeições (que eles não escondem). Gigantes, meus gigantes, amados e algumas vezes temidos gigantes. Amo, respeito e agradeço sempre.
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(Imagem: Escultura hiper-realista do australiano Ron Mueck)

6 comentários:

Anônimo disse...

Olha quem apareceeeeeeeuuuuuuuu!!!
Tudo bem, querida?
Obrigada pelas estimas.
Como está?

Anônimo disse...

Adorei o post sobre o livro, Lélia!
Parece muito bom mesmo. Vou comprar assim que puder.
Posso colocar esse post lá no blog como indicação sua?

Beijão!

Anônimo disse...

Já está lá, querifa1!
Obrigada por colaborar! :)

Anônimo disse...

Ótima semana, Lélia!

Super beijo!

Leco Vilela disse...

Ron Mouke é incrivel!


Adoro seu trabalho. a Mulher em trabalho de parto, a mulher que está com o bebe sobre a barriga ainda ligados pelo cordão umbilical... entre outras...

Raul Nepomuceno disse...

Por que você some?

:)