terça-feira, 13 de maio de 2008
Quando a internet pára
Ontem a noite me senti uma personagem de Saramago, quando a internet teimou em não obedecer ao meu comando de fluir na rede. Fiquei quase um hora na frente do computador, apertando botões, desconectando e re-conectando fios, passando RegCleaner, CCleaner, Avast, na esperança de que tudo voltasse ao “normal”, até que parei. Distanciei-me de mim e pude observar a cena na qual eu estava inserida, um mero objeto do sistema, cuja anormalidade da dependência, passou a ser considerada normal. Isso me afetou. E, mesmo consciente, tive que fazer um esforço enorme para apertar o botão, desligar. A difícil “responsabilidade de ter olhos quando os outros os perderam”. Ainda bem que não sou a única a, de vez em quando, abrir os olhos e enxergar, como a pobre mulher do médico, no livro Ensaio sobre a Cegueira do Saramago.
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4 comentários:
a internet pode ter parado, mas a foto ficou excelente.
... aí eu me lembro de um out door tosco na saída da Dutra (ou entrada?) que diz:
"INTERNET IMAGEM DA BESTA"
(ou seria "TELEVISÃO"?).
Tanto faz...
Isso me lembra uma imagem... de homens primitivos em volta do fogo produzido por um raio que de repente se apaga e a agitação começa. oO
ainda somos animais e mostramos isso todos os dias, domesticados, porem animais.
Já passei por issí e me questinonei como você mais de uma vez, minha querida Lélia...
Beijo
Lu
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