Esses dias não pude aparecer pois me ocupei em escrever minhas Memórias de Banco Escolar, trabalho da matéria de Políticas, com a professora Dinéia. E já que estou aqui mesmo, vou postar uns trechos desse trabalho que foi muito prazeroso.
1984 – Pré 2
Dois episódios me marcaram e acho que por isso ainda me lembro deles. O primeiro se refere a uma aluna bem loirinha, que roubava coisas das pessoas e era muito mentirosa, um dia eu a vi pegando minha régua e guardando em sua bolsa branca quadrada, esperei a professora entrar na sala, não me lembro porque ela não estava, e disse que a tal menina andava pegando coisas das pessoas, e que tinha pego a minha régua, ela jurou que era mentira, parecia realmente sincera, fui até a bolsa dela e peguei a régua, não me lembro as conseqüências desse ato, só da raiva que senti naquele dia.
O outro fato foi quando uma aluna, que era minha amiga, a Raquel, fez xixi na sala, enquanto fazia a lição, todos começaram a rir, ela continuou escrevendo como se nada estivesse acontecendo, fui uma das poucas que não riu, pelo contrário, fiquei tão envergonhada, como se aquilo estivesse acontecendo comigo. Talvez porque eu soubesse, em menor escala, o que ela estava sentindo, pois tive enurese noturna até os nove anos, e já tinha ouvido muitas piadinhas e risadinhas das minhas irmãs e primas. A professora encarou com muita naturalidade, e repreendeu as risadinhas.
Em 1987, entrei para a 3ª série, estudava numa sala que tinha duas portas, uma do lado da outra, que davam pro mesmo lugar, nunca entendi aquilo, uma das portas ficava sempre fechada, e meu lugar na sala era em frente esta porta. Tia Vera Lúcia, ela era tão bonita e um pouco brava.
Esse ano estava na moda usar lapiseira, mas eu não tinha uma, então resolvi criar minha própria lapiseira. Peguei meu tubo de cola e coloquei um pedaço de grafite do meu lápis, ficou fantástica a minha lapiseira, usei durante dias, até que a cola estourou, e fez muita sujeita, nunca vou esquecer a bronca que levei da professora, ela achou que eu estava agindo maldosamente, fazendo bagunça, e eu só estava escrevendo com minha super lapiseira.
Sempre fui uma aluna quieta, bom coração, ela não devia estar em um bom dia, pois se pensasse um pouquinho saberia que eu não seria capaz de fazer aquilo por maldade.
As vezes sinto saudade daquela menininha loirinha dos olhos claros, de sua coragem de brigar por justiça, sua capacidade de superar qualquer dificuldade e transformá-la em algo “super”, de seu riso fácil e encantador. Claro que tenho muito daquela menininha, mas perdi a inocência faz tempo, o que me consola, é não ter, ainda, perdido a fé nas pessoas.
1984 – Pré 2
Dois episódios me marcaram e acho que por isso ainda me lembro deles. O primeiro se refere a uma aluna bem loirinha, que roubava coisas das pessoas e era muito mentirosa, um dia eu a vi pegando minha régua e guardando em sua bolsa branca quadrada, esperei a professora entrar na sala, não me lembro porque ela não estava, e disse que a tal menina andava pegando coisas das pessoas, e que tinha pego a minha régua, ela jurou que era mentira, parecia realmente sincera, fui até a bolsa dela e peguei a régua, não me lembro as conseqüências desse ato, só da raiva que senti naquele dia.
O outro fato foi quando uma aluna, que era minha amiga, a Raquel, fez xixi na sala, enquanto fazia a lição, todos começaram a rir, ela continuou escrevendo como se nada estivesse acontecendo, fui uma das poucas que não riu, pelo contrário, fiquei tão envergonhada, como se aquilo estivesse acontecendo comigo. Talvez porque eu soubesse, em menor escala, o que ela estava sentindo, pois tive enurese noturna até os nove anos, e já tinha ouvido muitas piadinhas e risadinhas das minhas irmãs e primas. A professora encarou com muita naturalidade, e repreendeu as risadinhas.
Em 1987, entrei para a 3ª série, estudava numa sala que tinha duas portas, uma do lado da outra, que davam pro mesmo lugar, nunca entendi aquilo, uma das portas ficava sempre fechada, e meu lugar na sala era em frente esta porta. Tia Vera Lúcia, ela era tão bonita e um pouco brava.
Esse ano estava na moda usar lapiseira, mas eu não tinha uma, então resolvi criar minha própria lapiseira. Peguei meu tubo de cola e coloquei um pedaço de grafite do meu lápis, ficou fantástica a minha lapiseira, usei durante dias, até que a cola estourou, e fez muita sujeita, nunca vou esquecer a bronca que levei da professora, ela achou que eu estava agindo maldosamente, fazendo bagunça, e eu só estava escrevendo com minha super lapiseira.
Sempre fui uma aluna quieta, bom coração, ela não devia estar em um bom dia, pois se pensasse um pouquinho saberia que eu não seria capaz de fazer aquilo por maldade.
As vezes sinto saudade daquela menininha loirinha dos olhos claros, de sua coragem de brigar por justiça, sua capacidade de superar qualquer dificuldade e transformá-la em algo “super”, de seu riso fácil e encantador. Claro que tenho muito daquela menininha, mas perdi a inocência faz tempo, o que me consola, é não ter, ainda, perdido a fé nas pessoas.
2 comentários:
Olá Lélia foi muito bom ler os trechos do seu trabalho.UM memorial de formação é uma forma de narrar nossa história por escrito para preservá-la do esquecimento. É o lugar de contar uma história nunca contada até então - a da experiência vivida por cada um de nós.É também por isso que nós educadores precisamos escrever. Para tomarmos consciência do quanto sabemos e nem sabemos que sabemos. E do quanto ainda não sabemos , mas podemos com certeza aprender.Fico feliz que você possa compartilhar um trabalho de qualidade com todos os seus parceiros de turma e blogueiros.Parabéns! Abraços .Prof. Dinéia Hypolitto
Convido vc a participar de nossa plataforma sobre memórias escolares. Inclua sua experiência e compartilhe com outros estudantes ou adultos!
Aqui: http://pt.no-meu-tempo-de-escola.wikia.com/wiki/Wiki_No_meu_tempo_de_escola...
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