Meu ano só começa de verdade quando eu tomo um banho de mar, lavo corpo e espírito, me renovo, pra poder ter mais 365 chances de viver plenamente cada dia, mergulho em águas claras, pra que assim seja tudo o que faço, sinto e sou, as ondas me embalam, as ondas me acalmam, as ondas me acordam. E eu preciso mesmo acordar sentimentos adormecidos, descobri que não sei amar, preciso aprender. Quando eu era criança eu sabia, sabia sem precisar teorizar ou pensar muito a respeito, era amor, era simples, era pleno. O que foi que eu perdi desde então? E o que ganhei? Perdi inocência e ganhei desconfiança, perdi espontaneidade e ganhei arrogância. E como eu fico? Não sei. Não sei se isso se aprende sozinha, não sei se existe disposição da humanidade para o amor, não sei se ainda consigo olhar nos olhos de alguém e pronunciar aquela frase que muitos banalizaram, não sei porque desaprendi algo tão sublime, que eu deveria guardar com todo cuidado. Sim, fui displicente, um mar de lágrimas já derramei por isso e nada adiantou, continuo sem saber.
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Nostálgica ou não, eu quero o amor de volta, que ele venha envelhecido, um pouco esquecido, levemente capenga, mas que venha, e que em 2010 eu consiga enxergá-lo. Ficarei atenta, acordada e disposta a reaprender...