sexta-feira, 27 de março de 2009

mar aberto


É tão difícil entender o outro...
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“atrás de cada palavra tento desesperada encontrar um sentido, um código, uma senha qualquer que me permita esperar por um atalho onde não desvies tão súbito os olhos, onde teu dedo não roce tão passageiro meu braço, onde te detenhas mais demorado sobre isso que sou e penses quem sabe que se aceito tuas tramas, e vomitas sobre mim, depois puxas a descarga e te vais, me deixando repleto dos restos amargos que não digeriste, mas mesmo assim penses que poderia aceitar também meus jogos, esses que não suponho, ah detritos, mas tudo isso é inútil e bem sei de como tenho tentado me alimentar desta casca suja que chamamos com fome de pequenas-esperanças...”
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e mais...
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"Então me vens e me chega e me invades e me tomas e me pedes e me perdes e te derramas sobre mim com teus olhos sempre fugitivos e abres a boca para libertar novas histórias e outra vez me completo assim, sem urgências, e me concentro inteiro nas coisas que me contas, e assim calada, e assim submissa, te mastigo dentro de mim enquanto me apunhalas com lenta delicadeza deixando claro em cada promessa que jamais será cumprida, que nada devo esperar além dessa máscara colorida, que me queres assim porque assim que és..."
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Fragmento do conto À Beira do Mar Aberto, de Caio Fernando Abreu.
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Eu não quero me sentir assim, sempre que eu me apaixonar... prefiro um mar rodeado de ilhas, em que eu tenha a companhia, ao menos, dos habitantes marinhos da região (exceto a dos tubarões, moréias e barracudas)!!!

5 comentários:

Fermina Daza disse...

Tá. Você vai me achar uma babaca pelo que vou contar agora, mas contarei mesmo assim!

Certa vez tive um sonho com o Elton John (eu não falei que você ia me achar babaca?). Pois bem, sonhei que ele me levava para ver o mar. Eu subia uma escada que se encontrava no meio do oceano (coisas de sonhos) e lá no topo estava o cara, sentava, de branquinho, admirando o mar...

Por que estou falando isso?
Porque ao me sentar ao lado do Elton, eu sentia algo tão bom...mas tão bom...que acordei até diferente!
E o mar estava aberto, sem ilhas, terras...nada, só água!
E aí pensei: as ilhas são importantes, mas dependendo da vista, atrapalham a paisagem, alteram a beleza do mar, saca?

Anônimo disse...

Há alguns dias que tenho lido seu blog. Adoro o jeito como escreve. Seus textos são simples, leves... Fiquei fã mesmo. Eu tinha um, mas acabei excluindo há algum tempo. Mas tantos blogs tenho lido que acabei fazendo outro... rs. E tem um link lá pra vc. Beijos e tudo de bom!

Josy Poulain disse...

Realmente...
é tão difícil entender o outro.

Anônimo disse...

Querida! Muito obrigada pelas palavras e pela visita. É bom recomeçar assim, com palavras de carinho. Triplica a motivação. Fiquei fã daqui mesmo. Leitura obrigatória.
Beijos e bom feriado!
Ah, como eu respondi lá, meu nome mesmo é Sandra. Judith é "a outra"... Uma coisa meio Ruth e raquel, só que em uma pessoa só.. kkkkkkkkkkkk

Fermina Daza disse...

Coisa Boa, quero ver vc no TWITTER.

Faz um procê:

www.twitter.com

Trata-se de uma rede de relacionamentos. CALMA, não é como o orkut! Lá vc se relaciona com as pessoas pelo que elas escrevem em 140 caracteres. Pouco? Vai lá conferir...quero te ler por lá tb.