sábado, 28 de junho de 2008

Sou sendo


LAGARTA — Quem é você?

ALICE — A senhora me desculpe, mas no momento não tenho muita certeza. Quer dizer, eu sei quem eu era quando acordei hoje de manhã, mas já mudei uma porção de vezes desde que isso aconteceu.

LAGARTA — O que você quer dizer com isso? Explique-se!

ALICE — Receio que não possa me explicar, Dona Lagarta, porque é justamente aí que está o problema. Posso explicar uma porção de coisas, mas não posso explicar a mim mesma.

(Alice no país das maravilhas - Lewis Carroll)


"Não é que vivo em eterna mutação, com novas adaptações a meu renovado viver é que nunca chego ao fim de cada um dos modos de existir. Vivo de esboços não acabados e vacilantes. Mas equilibro-me como posso, entre mim e eu, entre mim e os homens, entre mim e o Deus."

(Um sopro de vida – Clarice Lispector)


“Que sei eu do que serei, eu que não sei o que sou?Ser o que penso? Mas penso tanta coisa!E há tantos que pensam ser a mesma coisa que não pode haver tantos!”

(Tabacaria – Fernando Pessoa)


Quem sou eu? Em permanente construção, não me atrevo a definir quem sou, porque posso já não ser mais aquilo que defini ser... sou memória, sou fragmentos de histórias, sou feita instantes, sou inacabada.

E você, quem é?

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Bizarro!!!

(René Magritte. Golconde, 1953. Óleo sobre tela, 81 x 100 cm)

Uol Notícias de 23/06/2008

"Jovem de 20 anos é flagrado cochilando no sofá da casa que acabara de assaltar no bairro Estância Velha, em Canoas. A proprietária da casa encontrou o ladrão e chamou a Brigada Militar, que precisou acordar o criminoso para prendê-lo."

Alguém me explica o que isto significa?

sexta-feira, 20 de junho de 2008

tempo, tempo, tempo, tempo



"Temos muitas coisas em excesso nos dias de hoje. A única coisa que não temos o suficiente é tempo. E ter em excesso significa que nada temos. A atual superabundância de imagem significa, basicamente, que somos incapazes de prestar atenção. Somos incapazes de nos emocionarmos com as imagens. Atualmente, as histórias têm que ser extraordinárias para nos comoverem. As histórias simples... não conseguimos mais vê-las."

Wim Wenders

"Después de un tiempo, uno aprende la sutil diferencia entre sostener una mano y encadenar un alma, que el amor no significa acostarse y una relación no significa seguridad; y uno empieza a aprender que los besos no son contratos y los regalos no son promesas; y uno empieza a aceptar sus derrotas con la cabeza alta y los ojos abiertos.Y uno aprende a construir todos sus caminos en el hoy, porque el terreno de mañana es demasiado inseguro para planes... y los futuros tienen una forma de caerse en la mitad.Y después de un tiempo uno aprende que si es demasiado, hasta el calorcito del sol quema. Que hay que plantar su propio jardín y decorar su propia alma, en lugar de esperar a que alguien le traiga flores. Y uno aprende que realmente puede aguantar, que uno realmente es fuerte, que uno vale, y con cada día... uno aprende.
Con el tiempo aprendes que estar con alguien porque te ofrece un buen futuro, significa que tarde o temprano querrás volver a tu pasado.Con el tiempo comprendes que sólo quien es capaz de amarte con tus defectos, sin pretender cambiarte, puede brindarte toda la felicidad que deseas.Con el tiempo te das cuenta de que si estás al lado de esa persona sólo por compañía a tu soledad, irremediablemente acabarás no deseando volver a verla.Con el tiempo te das cuenta de que los amigos verdaderos valen mucho más que cualquier cantidad de dinero.Con el tiempo entiendes que los verdaderos amigos son contados, y que el que no lucha por ellos tarde o temprano se verá rodeado sólo de amistades falsas.Con el tiempo aprendes que las palabras dichas en un momento de ira pueden seguir lastimando a quien heriste, durante toda la vida.Con el tiempo aprendes que disculpar cualquiera lo hace, pero perdonar es sólo de almas grandes.Con el tiempo comprendes que si has herido a un amigo duramente, muy probablemente la amistad jamás volverá a ser igual.Con el tiempo te das cuenta de que cada experiencia vivida con cada persona es irrepetible.Con el tiempo te das cuenta de que el que humilla o desprecia a un ser humano tarde o temprano sufrirá las mismas humillaciones o desprecios multiplicados al cuadrado.Con el tiempo comprendes que apresurar las cosas o forzarlas a que pasen ocasionará que al final no sean como esperabas.Con el tiempo te das cuenta de que en realidad lo mejor no era el futuro, sino el momento que estabas viviendo justo en ese instante.Con el tiempo verás que aunque seas feliz con los que están a tu lado, añorarás terriblemente a los que ayer estaban contigo y ahora se han marchado.Con el tiempo aprenderás que intentar perdonar o pedir perdón, decir que amas, decir que extrañas, decir que necesitas, decir que quieres ser amigo, ante una tumba ya no tiene ningún sentido."

Jorge Luis Borges


Lindo! Isso ainda me emociona, tenho tempo...

terça-feira, 17 de junho de 2008

Não resisti!!!



Maria Fernanda (prima) e Elisa Beatriz (minha afilhada), desde pequenas já se dão muito bem. Conversam horas no idioma delas!!! E são tão lindas!!!

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Amor da minha vida



Quanto bem essa Pequena me faz!!! No momento, é minha maior alegria. Gostaria de mostrar seu lindo rostinho na foto, mas os pais dela me proibiram, e minha irmã é brava que só! Não ouso arriscar.
Sensação, de prazer ao fitá-la, de alegria ao vê-la aprender, de penitude ao fazê-la sorrir e de eterno e doce amar/amor.
Sabem, apesar dela me achar uma madrinha meio "doidinha", sinto que meu amor por ela é correspondido, e é muito bom ser amada por ela!!!

domingo, 8 de junho de 2008

Alegoria da pequena árvore


Estava passando pela Praça Panamericana e enquanto esperava o sinal esverdear, parei para observar uma arvorezinha que não estava lá dias atrás. Ela não estava, ou eu não estava pra ela? Não sei, o fato é que ela não existia, pra mim. Mas todo o universo conspirou pra que finalmente a gente se encontrasse. Não resisti e tirei uma foto dela. Não sei se a olharia da mesma maneira se fosse um outro horário, em que o pôr-do-sol não a estivesse evidenciando. Sempre passo por essa região e meus olhos nunca haviam percorrido a direção em que estava aquela pequena árvore. Como minhas percepções e meus olhos são confusos e desatentos! Lembrei-me da andorinha do conto “O Príncipe Feliz” de Oscar Wilde.

“Uma noite, voou por cima da cidade uma andorinha. As suas amigas tinham partido para o Egito havia seis semanas; ela, porém, se atrasara, enamorada como estava de um junco muito gracioso. Conhecera-o nos princípios da primavera, no momento em que descia o rio perseguindo uma grande borboleta amarela, e por tal forma a atraíra a cintura esbelta do junco, que se detivera para falar com ele.
E o junco fizera-lhe uma profunda vênia. Voara, então, repetidas vezes à roda dele, roçando a água com as pontas das asas e produzindo mil ondulações de prata. Era este o seu modo de lhe fazer a corte, e prolongou-a por todo o verão.
- Que afeição mais ridícula! - chilreavam as outras andorinhas. - Ele não tem dinheiro e tem muitos parentes.
Quando o outono chegou, todas as andorinhas foram embora. Depois que partiram, começou ela a sentir-se muito só e a enfastiar-se de seu amado.
- O junco não diz uma palavra - observou ela - e receio que seja um pouco leviano, porque está sempre a flertar com a brisa.
- Além do mais, ele é muito caseiro – continuou - enquanto eu adoro as viagens, e o meu esposo deve, por conseqüência, gostar de viajar também.
- Queres vir comigo? – perguntou, por fim.
- Mas o junco abanou a cabeça; era por demais pajeado ao seu lar para poder segui-la.
- Tens andado a brincar comigo – disse ela. – Vou partir para as pirâmides. Adeus!”

As pirâmides!!! É... pode ser.

Antes disso recomendo uma visita a Web Gincana sobre Filosofia, destinada aos alunos do Ensino Médio, trabalho da disciplina de Tecnologia Educacional.
http://www.livre.escolabr.com/ferramentas/wq/webquest/soporte_tablon_w.php?id_actividad=7382&id_pagina=1

domingo, 1 de junho de 2008

"Fazer e Pensar Arte"



“Todo o tempo precisamos estar preparados para o desconhecido, para as situações surpresa. Nelas reside a energia, os valores artísticos. Arte não é criada, necessariamente, num estúdio. Este livro mostra que a arte pode acontecer na rua, nas árvores, na penumbra, à beira-mar, no campo, num beliche. A arte precisa ser experimentada, vivida, numa perspectiva ampla. (...) Eu tenho observado a criatividade das crianças quando brincam com diferentes materiais, como elas constroem, desmontam, remontam, contemplando, pesquisando.
Nós somos muito mais criativos do que pensamos que somos. Uma tarefa criativa brilhante é aquela que faz o aluno pensar para além dos limites dados, ou quebrar fronteiras.”

Ana Marie Holm


Durante uma visita ao meu amado amigo Auber, entre tantos assuntos em pauta, já que a saudade era imensa, começamos a falar sobre Arte e Educação e ele me emprestou um livro que me fascinou, o nome do livro (catálogo do MAM) é “Fazer e Pensar Arte” da artista e educadora dinamarquesa Anna Marie Holm. É exatamente como penso que a arte deveria ser ensinada. Adoraria ter aprendido dessa maneira, e é assim que pretendo ensinar-aprender com meus alunos.

“Se uma obra de arte tem que ser necessariamente bela, a resposta virá da concepção de belo e de arte de cada pessoa. Assim como uma aula de arte, bela ou não, será sempre conseqüência da concepção de arte de cada professor. Caem por terra, portanto, todos os métodos e fórmulas prontas para o ensino de arte. Se aceitarmos esse princípio, cada professor terá de encontrar seu próprio caminho, a partir de suas escolhas estéticas e de como concebe o sujeito a ser educado: autor ou reprodutor? Anna Marie é uma artista contemporânea. Logo, suas aulas são fruto dessa maneira de ver o mundo. Porém, o que está em jogo neste livro é o modo como registrou seu trabalho cotidiano, permitindo que partilhemos seus desafios, descobertas e reflexões. Mais importante do que discutirmos as diferenças entre as realidades da Dinamarca e do Brasil, o número de crianças em cada aula, os materiais disponíveis, é observarmos onde e como Anna Marie encontra e propõe os desafios para as crianças. Porque ela chama suas aulas de desafios. E é nesta palavra que se encontra a chave para a leitura deste livro.”
(Descrição sobre o livro retirada do site http://www.planetanews.com.br/.)