segunda-feira, 26 de maio de 2008

Quando tetos caem


Essa noite sonhei que o teto sobre a minha cama havia caído. O sonho foi tumultuado de pessoas com teorias das mais variadas e bizarras referente ao porque do teto ter despencado. Uns afirmavam que era destino, que era o sinal de que o céu estava para cair, e que era bom estarmos preparados. Outros diziam que não havia laje no pedaço onde ficava minha cama, existia somente uma fina camada de gesso, e isso explicava a queda, e que o conserto ficaria em torno de R$80.000,00 (deviam estar pensando num alicerce de ouro para esse pedacinho de teto). Também teve um que disse que a janela estava mal colocada, interferindo na estrutura do cômodo. Por último, me disse alguém, que o teto não era nada, comparado ao que estava para acontecer comigo!
Desse último fiquei com medo!!! Ui... o que será que é, hein?
Logo antes do acidente eu não estava em minha cama, e devia estar chovendo muito do lado de fora, porque meu quarto começou a inundar, água por todos os lados, até que aconteceu o desmoronamento.
Hoje, as imagens do sonho não saíram da minha cabeça: água, queda e pessoas por todos os lados!

“Gosto das coisas – pessoas e palavras – desconcertantes. Seus contornos imprecisos permitem que a gente exerça o direito de refletir e de criar em cima delas.”
Lya Luft

Tetos caem o tempo todo sobre nossas cabeças, e no fundo isso pode ser muito bom, se soubermos aproveitar esse estado de alerta e choque! O problema é quando eles caem e nos imobilizam, nos deixam soterrados vivos, e a desistência parece ser a única solução possível.

De minha parte, prefiro ser acordada por tetos, do que passar a vida numa inércia constante, e se “o teto não é nada comparado ao que está para acontecer comigo”, conforme disse alguém em meu sonho, que venham os acontecimentos! Estou pronta para eles!

Ou não.

Um comentário:

Anônimo disse...

Não gostaria de interferir com minhas palavras, não tão sábias, nessas literaturas cotidianas. Prefiro mirar, ler, e admirar algumas passagens e momentos, mas diante desse 'teto' não posso ficar inerte - como você disse -, e ainda mais com Lya ditando uma passagem de sua humilde vida. TETOS ou poços, ou caímos neles ou eles caem sobre a nós, dura missão sobreviver diante deles, como sobrevivente temos um vitorioso. Você é uma vitoriosa, tem uma carreira brilhante, independente do que queremos ser, esquecemos muitas vezes o que viemos ser. E nessas horas um sentimento unida-te e lembra-te o que vieste ser. Essa reflexão periódica criou esse blog fantástico, e que embora curta, nossas vidas, esse meio de comunicação eterniza sentimentos em pessoas que talvez jamais veremos novamente ou nem se quer conhecemos, mesmo assim, por isto ja teria valido a pena cada ar inspirado e expirado. Mesmo assim a cada manhã a reflexão inunda a alma com um só pensamento: Não posso ser inerte a vida, mas vivê-la de forma diferente a cada instante. E essa pequena diferença faz de você essa pessoa especial e tão querida por todos, como sempre te dizia, eu me orgulho sempre de conhecer alguém como você. Parabéns por este blog, ele é fantástico.