sábado, 10 de maio de 2008

Borboleta? Talvez amanhã.


Depois de 12 horas dentro de uma Universidade, assistindo 8 aulas praticamente seguidas, e fazendo o referencial teórico de um trabalho, me reservo o direito de respirar. Minha companheira de trabalho, Fernanda, foi ótima, conseguimos produzir boa parte do texto e ainda conversar sobre Saramago, mais especificamente sobre “Ensaio sobre a Cegueira” e “A Jangada de Pedra”, esse último ainda não li, Márquez, falamos sobre os clássicos “Cem anos de solidão” e “O amor nos tempos de cólera”, quase entramos em Clarice, mas o tempo que tínhamos era pouco pra dela. Estávamos tão concentradas que nem vimos a hora passar, até sermos convidadas a nos retirar da faculdade, pois ela estava fechando!! Resolvemos continuar o trabalho no bar. Enquanto todos assistiam, concentrados, ao jogo de futebol, nós estávamos empolgadíssimas, falando de conceitos de Movimento, História, Arte, Mosaico, Intervenção, entre outros!! Nem sei quem estava jogando! Alguém sabe?

E aqui estou, com sono, cansada, e necessitando de uma massagem relaxante. Será que ainda agüento um filminho pra fechar a noite? Será que estou fugindo de alguma coisa? Melhor averiguar, preciso ficar um pouco comigo, talvez...

“Estamos socialmente condicionados a considerar a imersão total no espaço e no tempo exteriores como coisa normal e saudável. A imersão no espaço e no tempo interiores tende a ser considerada um afastamento anti-social, um desvio inválido, patológico per se e, de certo modo, desabonador.
Respeitamos o viajante, o explorador, o alpinista, o astronauta. Para mim, faz muito mais sentido como projeto – na verdade, projeto de urgência desesperada em nossa época – explorar o espaço e o tempo interiores da mente. Talvez isso seja uma das poucas coisas que ainda fazem sentido em nosso contexto histórico. Estamos tão desligados deste, que muita gente se pergunta a sério se ele existe.” (Laing, R. D. A política da Experiência)

É, talvez seja isso!!!


Ou então: “Meu mistério é simples: eu não sei como estar viva.” (Clarice Lispector)

2 comentários:

Fermina Daza disse...

Oi, Lélia!

Adorei o post.
Como nossa tarde de sábado rendeu!!
E não é que deu boa história!!!
Rsrs

Descobri quem estava jogando, o, o, o, como é mesmo o nome daquele time que está na 2ª divisão? Corinthians? rsrs

Acho que a sintonia estava boa ontem, só não bebi um gole de cerveja se não a gente ia pirar demais no trabalho. Aliás, sai meio pirada de lá. Fico pensando demasiadamente no conceito das coisas! hehe.

Adorei a reflexão em torno do eu-interno. Tô meio assim esses dias...pensando no que mora aqui dentro!

Tô por aqui sempore viu?!

Beijoooosssss!
Té o próximo boteco com livros, coca-cola e salgadinho!! hehe

Jarbas disse...

Alô,Lélia,

Há uma versão positiva da "experiência total". Trata-se de uma abordagem teórica do psicolólogo Mihaly Csiksztmihaltyi. Ele estuda situações nas quais mergulhamos de cabeça deixando tudo mais de lado. Exemplos que Mihaly dá incluem jogadores de xadrez,alpinistas etc. Nos exemplos que estuda,há sempre um fluxo que envolve completamente a existência. Tal fluxo resulta de um equilíbrio perfeito entre a dificuldade do desafio e a capacidade de realização da pessoa. Estabelecer o fluxo é algo muito raro. Mas o desafio de alcançar algo parecido em situações de aprendizagem é interessante. O que rola nas situações de aprendizagem é um fluxo de baixa qualidade: estressante quando o desafio parece impossível, "aborrecente" quando o desafio parece (ou é) banal. Num e noutro caso costumamos mudar de canal,pois perdemos interesse. Aprendizagens para valer são envolventes, têm um fluxo razoavelmente equilibrado. Estabelecer um bom fluxo envolve,entre outras coisas, certa capacidade cênica do professor,uma vez que aprender exige envolvimento com o conteúdo.
Tempos atrás, a Saraiva traduziu um dos livros de Csikszentmihalyi. Não o indico.A tradução é um horror. Abraço,Jarbas.